Grilhões Partidos
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 3
Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada –
do livro Grilhões Partidos, de Manoel
Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no
ano de 1974.
Este estudo é publicado neste blog sempre às
segundas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em
foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL
e, em seguida, no verbete "Grilhões
Partidos”.
Eis as questões de hoje:
17. Faltava à Casa de Saúde uma terapêutica indispensável em qualquer tratamento. Que terapêutica é essa e qual o seu valor?
O que faltava ali é o sentimento do amor, que consegue, não
raro, o que muitos medicamentos não produzem. (Grilhões Partidos, cap. 4, pp. 46 e 47.)
18. Que é que o
obsessor, ao revelar-se, disse a Ester?
Ele lhe disse: "Estás morta ou quase morta. Logo mais
culminarei este processo de vingança, extorquindo-te a vida, desforçando-me
dele. Morrerás, como eu morri, a fim de que ele morra, também. Cá o
espero". O Espírito confirmava então que ela era inocente; no entanto, ele
a odiava, por odiar seu pai, desgraçava-a para desgraçá-lo, vencia-a para
vencê-lo; e se apresentava então como o demônio da justiça, a serviço da
vingança e do desforço pessoal. (Obra citada, cap. 4, pp. 47 a 50.)
19. Por que
motivo, em casos semelhantes ao de Ester, a terapêutica salutar há de ser
múltipla: acadêmica e espírita?
Eclodindo a manifestação tida como uma espécie de loucura,
instala-se um simultâneo processo obsessivo, graças às vinculações que mantêm
encarnados e desencarnados na Contabilidade dos deveres múltiplos, poucas vezes
desenvolvidos com retidão. Na obsessão, a loucura surge na qualidade de
ulceração posterior, irreversível, em consequência das cargas fluídicas de que
padece o paciente. Por esse motivo, em muitos processos obsessivos a
terapêutica salutar há de ser múltipla: acadêmica e espírita, imprescindíveis
para colimar resultados eficazes. (Obra citada, cap. 5, pp. 51 e 52.)
20. Como se
chamava a jovem que acudiu Ester no hospital e qual a sua história?
Seu nome é Rosângela. Apesar da pouca idade física, a
auxiliar de enfermagem experimentara desde cedo o cadinho purificador de muitas
vicissitudes e aflições, que contribuíram para a harmonia íntima de que era
possuidora. Órfã desde os oito anos, ficara aos cuidados do pai, em subúrbio
carioca, o qual lutava com bravura pela sobrevivência. Sensível e meiga,
conseguira granjear afeições espontâneas entre os vizinhos, que passaram a
assisti-la com desvelo, inclusive matriculando-a em escola próxima do lar. O
pai manteve-se viúvo enquanto pôde, mas, consorciando-se alguns anos depois, a
esposa fez-se terrível adversária da enteada, que foi, então, trasladada para
digno lar em Botafogo, onde se alojou na condição de ama de uma criança. Seus
patrões eram espíritas convictos e a trataram como membro da família,
iniciando-a nos estudos doutrinários e cuidando também da sua instrução em
Ginásio noturno, de onde saíra recentemente, após concluir ligeiro curso de
enfermagem-auxiliar. (Obra citada, cap. 5, pp. 52 a 55.)
21. Que
comportamento tiveram os pais de Ester ao serem visitados por Rosângela e como
explicar sua reação?
O coronel Santamaria, pai de Ester, refratário a tudo o que
Rosângela lhe disse, tratou-a com extrema agressividade, chamando-a de atrevida
e petulante e desancando as práticas espíritas, como se fossem atos de magia
negra, macumba e superstição. E, por fim, ameaçou-a de expulsão da Casa de
Saúde em que a jovem trabalhava e ganhava seu sustento. O coronel era um homem
temperamental. Com a enfermidade de Ester, a amargura solapou-lhe as alegrias,
e o azedume contumaz transviou-o para as rotas de surda revolta contra tudo e
todos, por ignorar os móveis legítimos da aflição e como resolvê-los. Os fatos
ocorridos naquela manhã podiam ser assim explicados: o orgulho é cruel inimigo
do homem, porquanto, envenenando-o, cega-o totalmente. Além disso, graças à
psicosfera de felonia que cultivava, o coronel passou a sintonizar com outras
mentes amotinadas que lhe cercavam o lar, em plano concorde com o perseguidor
de Ester, planejando alcançá-lo mais duramente. (Obra citada, cap. 5 e 6, pp. 55
a 62.)
22. Que
ensinamentos podemos tirar da mensagem que o Dr. Bezerra de Menezes transmitiu
no culto evangélico do lar valendo-se da mediunidade de Rosângela?
Inicialmente Dr. Bezerra disse que é preciso ensinar com o
exemplo, que edifica, e avançar com as mãos enriquecidas pelas obras, através
do que atestaremos a excelência de nossos propósitos. "O Evangelho é o
nosso zênite de amor e o nosso nadir de mensuramentos. Quem se exalta, inicia a
trajetória para baixo; aquele que se glorifica, entorpece-se na ilusão...
Todavia, o que avança infatigável, ignorado, mas servindo, humilhado, no
entanto valoroso, perseguido, porém imperturbável, transformando os sentimentos
numa concha afortunada de amor, logrará o elevado cometimento do êxito
real." No final da mensagem, disse Dr. Bezerra: "Avisados de que
nossa luta seria entre as forças em litígio: o bem e o mal – eis-nos na liça. A
refrega é nosso leito de repouso, a dificuldade, o desafio que nos chega e a
dor, nossa condecoração". "Cada realização enobrecida constitui
título de ventura e todo receio, mais sombra na treva dos problemas. As
alternativas são servir sem desfalecimento e confiar sem tergiversação. Jesus
fará o que nos não seja possível realizar." (Obra citada, cap. 6, pp. 62 a
66.)
23. A reclamação
feita pelo pai de Ester ao diretor da Casa de Saúde teve alguma consequência?
Sim. O diretor da Casa de Saúde ficou irritado com a
reclamação que lhe fora feita pelo pai de Ester. Rosângela, convidada a
comparecer à sala da diretoria, foi rispidamente tratada pelo médico, que lhe
perguntou: "Como se atreve transformar esta Casa num deplorável sítio de
práticas ignominiosas, nigromânticas?" E disse-lhe que ela fora acusada de
práticas de magia ao lado da filha do senhor coronel. Que tinha a dizer diante
disso? Rosângela respondeu-lhe que a acusação era falsa e, portanto, injusta.
Seguiu-se então breve diálogo em que a rispidez do médico foi respondida com
firmeza delicada pela funcionária, mas ela não foi demitida. (Obra citada, cap.
7, pp. 67 a 71.)
24. Que remédio
devemos prescrever às pessoas atacadas de obsessões cruéis?
Em seu livro O
Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 19, Kardec anotou o seguinte
ensinamento de Santo Agostinho: "Que remédio, então, prescrever aos
atacados de obsessões cruéis e de cruciantes males? Um meio há infalível: a fé,
o apelo ao Céu. Se, na maior acerbidade dos vossos sofrimentos, entoardes hinos
ao Senhor, o anjo, à vossa cabeceira, com a mãos vos apontará o sinal da
salvação e o lugar que um dia ocupareis..." (Obra citada, cap. 8, pp. 73 e
74.)
Observação:
Para acessar a Parte 2 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/11/grilhoes-partidos-manoel-philomeno-de_30.html
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