segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

 



Grilhões Partidos

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 3

 

Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no ano de 1974.

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Grilhões Partidos”.

Eis as questões de hoje:


17. Faltava à Casa de Saúde uma terapêutica indispensável em qualquer tratamento. Que terapêutica é essa e qual o seu valor?

O que faltava ali é o sentimento do amor, que consegue, não raro, o que muitos medicamentos não produzem. (Grilhões Partidos, cap. 4, pp. 46 e 47.)

18. Que é que o obsessor, ao revelar-se, disse a Ester?

Ele lhe disse: "Estás morta ou quase morta. Logo mais culminarei este processo de vingança, extorquindo-te a vida, desforçando-me dele. Morrerás, como eu morri, a fim de que ele morra, também. Cá o espero". O Espírito confirmava então que ela era inocente; no entanto, ele a odiava, por odiar seu pai, desgraçava-a para desgraçá-lo, vencia-a para vencê-lo; e se apresentava então como o demônio da justiça, a serviço da vingança e do desforço pessoal. (Obra citada, cap. 4, pp. 47 a 50.)

19. Por que motivo, em casos semelhantes ao de Ester, a terapêutica salutar há de ser múltipla: acadêmica e espírita?

Eclodindo a manifestação tida como uma espécie de loucura, instala-se um simultâneo processo obsessivo, graças às vinculações que mantêm encarnados e desencarnados na Contabilidade dos deveres múltiplos, poucas vezes desenvolvidos com retidão. Na obsessão, a loucura surge na qualidade de ulceração posterior, irreversível, em consequência das cargas fluídicas de que padece o paciente. Por esse motivo, em muitos processos obsessivos a terapêutica salutar há de ser múltipla: acadêmica e espírita, imprescindíveis para colimar resultados eficazes. (Obra citada, cap. 5, pp. 51 e 52.)

20. Como se chamava a jovem que acudiu Ester no hospital e qual a sua história?

Seu nome é Rosângela. Apesar da pouca idade física, a auxiliar de enfermagem experimentara desde cedo o cadinho purificador de muitas vicissitudes e aflições, que contribuíram para a harmonia íntima de que era possuidora. Órfã desde os oito anos, ficara aos cuidados do pai, em subúrbio carioca, o qual lutava com bravura pela sobrevivência. Sensível e meiga, conseguira granjear afeições espontâneas entre os vizinhos, que passaram a assisti-la com desvelo, inclusive matriculando-a em escola próxima do lar. O pai manteve-se viúvo enquanto pôde, mas, consorciando-se alguns anos depois, a esposa fez-se terrível adversária da enteada, que foi, então, trasladada para digno lar em Botafogo, onde se alojou na condição de ama de uma criança. Seus patrões eram espíritas convictos e a trataram como membro da família, iniciando-a nos estudos doutrinários e cuidando também da sua instrução em Ginásio noturno, de onde saíra recentemente, após concluir ligeiro curso de enfermagem-auxiliar. (Obra citada, cap. 5, pp. 52 a 55.)

21. Que comportamento tiveram os pais de Ester ao serem visitados por Rosângela e como explicar sua reação?

O coronel Santamaria, pai de Ester, refratário a tudo o que Rosângela lhe disse, tratou-a com extrema agressividade, chamando-a de atrevida e petulante e desancando as práticas espíritas, como se fossem atos de magia negra, macumba e superstição. E, por fim, ameaçou-a de expulsão da Casa de Saúde em que a jovem trabalhava e ganhava seu sustento. O coronel era um homem temperamental. Com a enfermidade de Ester, a amargura solapou-lhe as alegrias, e o azedume contumaz transviou-o para as rotas de surda revolta contra tudo e todos, por ignorar os móveis legítimos da aflição e como resolvê-los. Os fatos ocorridos naquela manhã podiam ser assim explicados: o orgulho é cruel inimigo do homem, porquanto, envenenando-o, cega-o totalmente. Além disso, graças à psicosfera de felonia que cultivava, o coronel passou a sintonizar com outras mentes amotinadas que lhe cercavam o lar, em plano concorde com o perseguidor de Ester, planejando alcançá-lo mais duramente. (Obra citada, cap. 5 e 6, pp. 55 a 62.)

22. Que ensinamentos podemos tirar da mensagem que o Dr. Bezerra de Menezes transmitiu no culto evangélico do lar valendo-se da mediunidade de Rosângela?

Inicialmente Dr. Bezerra disse que é preciso ensinar com o exemplo, que edifica, e avançar com as mãos enriquecidas pelas obras, através do que atestaremos a excelência de nossos propósitos. "O Evangelho é o nosso zênite de amor e o nosso nadir de mensuramentos. Quem se exalta, inicia a trajetória para baixo; aquele que se glorifica, entorpece-se na ilusão... Todavia, o que avança infatigável, ignorado, mas servindo, humilhado, no entanto valoroso, perseguido, porém imperturbável, transformando os sentimentos numa concha afortunada de amor, logrará o elevado cometimento do êxito real." No final da mensagem, disse Dr. Bezerra: "Avisados de que nossa luta seria entre as forças em litígio: o bem e o mal – eis-nos na liça. A refrega é nosso leito de repouso, a dificuldade, o desafio que nos chega e a dor, nossa condecoração". "Cada realização enobrecida constitui título de ventura e todo receio, mais sombra na treva dos problemas. As alternativas são servir sem desfalecimento e confiar sem tergiversação. Jesus fará o que nos não seja possível realizar." (Obra citada, cap. 6, pp. 62 a 66.)

23. A reclamação feita pelo pai de Ester ao diretor da Casa de Saúde teve alguma consequência?

Sim. O diretor da Casa de Saúde ficou irritado com a reclamação que lhe fora feita pelo pai de Ester. Rosângela, convidada a comparecer à sala da diretoria, foi rispidamente tratada pelo médico, que lhe perguntou: "Como se atreve transformar esta Casa num deplorável sítio de práticas ignominiosas, nigromânticas?" E disse-lhe que ela fora acusada de práticas de magia ao lado da filha do senhor coronel. Que tinha a dizer diante disso? Rosângela respondeu-lhe que a acusação era falsa e, portanto, injusta. Seguiu-se então breve diálogo em que a rispidez do médico foi respondida com firmeza delicada pela funcionária, mas ela não foi demitida. (Obra citada, cap. 7, pp. 67 a 71.)

24. Que remédio devemos prescrever às pessoas atacadas de obsessões cruéis?

Em seu livro O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 19, Kardec anotou o seguinte ensinamento de Santo Agostinho: "Que remédio, então, prescrever aos atacados de obsessões cruéis e de cruciantes males? Um meio há infalível: a fé, o apelo ao Céu. Se, na maior acerbidade dos vossos sofrimentos, entoardes hinos ao Senhor, o anjo, à vossa cabeceira, com a mãos vos apontará o sinal da salvação e o lugar que um dia ocupareis..." (Obra citada, cap. 8, pp. 73 e 74.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 2 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/11/grilhoes-partidos-manoel-philomeno-de_30.html

 

 

 

 

 

 

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