quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

 


Entre a Terra e o Céu

 

André Luiz

 

Parte 10

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1954.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".

Eis as questões de hoje:


73. Como Zulmira reagiu ao pedido para que recebesse como filho o menino Júlio?

Tomada por lágrimas de alegria e depois de inclinar-se sobre o menino, afagando-o com intraduzível ternura, ela disse em voz quase sufocada pela emoção: "Estou pronta! Devo a Júlio cuidados que lhe neguei... Louvo reconhecidamente a Deus por esta graça! Sinto que assim nunca mais serei assaltada pelo remorso de não haver feito por ele quanto me competia!... Será meu filho, sim!... Conchegá-lo-ei de encontro ao peito! O' Senhor, ampara-me!..." (Entre a Terra e o Céu, cap. XXVII, págs. 169 a 171.)

74. A nova existência de Júlio teria curta duração?

Sim. O ex-suicida sofreria o aflitivo desejo de permanecer na Terra; no entanto, suicida que fora, com duas tentativas de autoaniquilamento, por duas vezes deveria experimentar a frustração para valorizar com mais segurança a bênção da vida terrestre. "Depois de estagiar por muitos anos nas regiões inferiores de nosso plano, confiando-se inutilmente à revolta e à inércia – elucidou o Ministro –, já passou pelo afogamento e agora enfrentará a intoxicação. Tudo isso é lastimável, no entanto... quem aprenderá sem a cooperação do sofrimento?" Hilário aludiu, então, ao martírio dos pais, e Clarêncio esclareceu: "Meus amigos, a justiça é inalienável. Não podemos iludi-la. Com o desequilíbrio emocional de Amaro e Zulmira, no pretérito, Júlio arrojou-se a escuro despenhadeiro de compromissos morais e, na atualidade, reabilitar-se-á com a cooperação deles. Ontem, o casal, por esquecê-lo, inclinou-o à queda, hoje, por amá-lo, garantir-lhe-á o soerguimento". (Obra citada, cap. XXVIII, págs. 172 e 173.)

75. Por que fora simples o processo reencarnatório de Júlio?

Clarêncio esclareceu que a reencarnação de Júlio fora simples porque se tratava de uma encarnação com interesse tão somente para ele mesmo e para os familiares que o cercavam. Se a existência do filho de Amaro estivesse destinada a influenciar a comunidade, se ele fosse detentor de méritos indiscutíveis, com responsabilidades justas nos caminhos alheios, o problema seria diferente. "Forças de ordem superior seriam fatalmente mobilizadas para a interferência nos cromossomos, garantindo-se o embrião do veículo físico de maneira adequada à missão que lhe coubesse", ajuntou o Ministro. (Obra citada, cap. XXVIII, págs. 174 a 176.)

76. O papel da mãe é fundamental no processo reencarnatório?

Sim. Segundo palavras de Clarêncio, o seio maternal é, nesse sentido, um vaso anímico de elevado poder magnético ou um molde vivo destinado à fundição e refundição das formas, ao sopro criador da Bondade Divina. "Esse vaso – diz Clarêncio – atrai a alma sequiosa de renascimento e que lhe é afim, reproduzindo-lhe o corpo denso, no tempo e no espaço, como a terra engole a semente para doar-lhe nova germinação, consoante os princípios que encerra." (Obra citada, cap. XXVIII, págs. 176 e 177.)

77. Para que a reencarnação se processe, o perispírito sofre uma redução volumétrica?

Sim. Unido à matriz geradora do santuário materno, em busca de nova forma, o perispírito sofre a influência de fortes correntes eletromagnéticas, que lhe impõem a redução automática. Constituído à base de princípios químicos semelhantes, em suas propriedades, ao hidrogênio, a se expressarem através de moléculas significativamente distanciadas umas das outras, quando ligado ao centro genésico feminino experimenta expressiva contração, à maneira do indumento de carne sob carga elétrica de elevado poder. Observa-se, então, a redução volumétrica do veículo sutil pela diminuição dos espaços intermoleculares. Toda matéria que não serve ao trabalho fundamental de refundição da forma é devolvida ao plano etereal, oferecendo-nos o perispírito esse aspecto de desgaste ou de maior fluidez. (Obra citada, cap. XXIX, págs. 178 a 180.)

78. Como essa comunhão fisiopsíquica de mãe e filho pode ser entendida?

Para exemplificar o que havia dito, Clarêncio valeu-se da imagem seguinte: "Imaginemos um pêssego amadurecido, lançado à cova escura, a fim de renascer. Decomposto em sua estrutura, restituirá aos reservatórios da Natureza todos os elementos da polpa e dos demais envoltórios que lhe revestem os princípios vitais, reduzindo-se no imo do solo ao embrião minúsculo que se transformará, no espaço e no tempo, em novo pessegueiro". O ensinamento não podia ser mais lógico e preciso. (Obra citada, cap. XXIX, págs. 180 e 181.)

79. No tocante à hereditariedade é certo dizer que, em verdade, somos herdeiros de nós mesmos?

Sim. A hereditariedade, tal como é aceita no mundo, tem os seus limites. Filhos e pais guardam, sempre, afinidade magnética entre si. Os pais fornecem determinados recursos ao reencarnante, mas esses recursos estão condicionados às necessidades da alma que lhes aproveita a cooperação, porque, no fundo, "somos herdeiros de nós mesmos". "Assimilamos as energias de nossos pais terrestres, na medida de nossas qualidades boas ou más, para o destino enobrecido ou torturado a que fazemos jus, pelas nossas conquistas ou débitos que voltam à Terra conosco, emergindo de nossas anteriores experiências", explicou Clarêncio. (Obra citada, cap. XXIX, pp. 181 a 183.)

80. Que acontece com a organização feminina durante a gestação?

Clarêncio explanou esta questão nos seguintes termos: "A mulher grávida, além da prestação de serviço orgânico à entidade que se reencarna, é igualmente constrangida a suportar-lhe o contacto espiritual, que sempre constitui um sacrifício quando se trata de alguém com escuros débitos de consciência. A organização feminina, durante a gestação, sofre verdadeira enxertia mental. Os pensamentos do ser que se acolhe ao santuário íntimo, envolvem-na totalmente, determinando significativas alterações em seu cosmo biológico”. No caso de Júlio e Zulmira, eles influenciavam-se mutuamente. (Obra citada, cap. XXX, pp. 184 a 186.) 

 

 

Observação: Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-9.html

 

 

 

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