sábado, 20 de agosto de 2022

 



Amai-vos e instruí-vos

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília, DF

 

A Igreja da Penha, no Rio de Janeiro, Brasil, foi construída há quase quatro séculos, ou seja, em 1635, pelo capitão Baltazar de Abreu Cardoso, proprietário da quinta onde se situava o penhasco que a sustenta. Fica próxima à entrada que leva a Petrópolis. Havia ali algumas colinas, envolvidas por grande matagal e com uma gigantesca pedra, no cimo duma delas, onde viria a ser construído o templo católico. Na época, o bairro era muito pouco habitado, o capim e as árvores eram senhores daquele espaço. Havia nascentes, muitos animais selvagens, com predomínio para os passarinhos, lagartos e cobras. A natureza ali era exuberante.

Diz a lenda que, ameaçado por um gigantesco lagarto, Baltazar, desarmado, ajoelhou-se em frente ao penhasco e suplicou socorro a Nossa Senhora. O animal afastou-se sem o molestar e, algum tempo depois, foi erguida no alto uma capela, depois a atual Igreja da Penha. Para lá, anualmente, durante o mês de outubro, se desloca grande multidão de devotos católicos, na chamada Festa da Penha.

Foi nesse bairro que nasci e, salvo retorno de meus pais a Minas Gerais e passagem pelo Espírito Santo, onde nasceram outros dois de meus seis irmãos quando eu ainda era muito novo, convivi até os 22 anos de idade na querida Penha, citada em crônica machadiana.

Aprovado em concurso militar, fui transferido para Salvador, Bahia. Não cheguei a completar 2 anos na capital baiana e, novamente, fui transferido para Barreiras, cidade baiana que dista 620 km, aproximadamente, de Brasília. Finalmente, casado há dois anos, vim com esposa e primeira filha do casal para a Capital em 1980.

Já narrei aqui como foi que passei a frequentar uma mocidade espírita em Rocha Miranda, mas como recordar nunca é menos e sempre é mais, relembro agora como isso aconteceu.

Eu servia numa das duas companhias do quartel sede da 5.ª Brigada de Cavalaria Motorizada e ia de trem para o quartel. Certo dia, já sentado no vagão do trem elétrico, vi quando uma moça, perturbada, entrava e saía do vagão onde eu estava. Como o trem já havia dado partida, e a jovem tentava saltar do vagão em movimento, segurei-a e, sob seus protestos, outras pessoas também a contiveram e acalmaram.

Na estação seguinte, um senhor entrou no trem e, enquanto eu observava a moça agora calma, com seus novos socorristas, comecei um diálogo inesquecível com aquele senhor. Disse-me que frequentava a mocidade do centro espírita que eu, duas semanas depois, passei a frequentar, e ali permaneci até minha transferência para Salvador. Isso ocorreu em prazo próximo de dois anos, no final do qual fui nomeado presidente da Mocidade. Um ou dois meses após minha nomeação, passei o cargo para a vice-presidente e fui continuar meu aprendizado espírita na Juventude Espírita Nina Arueira (JENA), departamento do Centro Espírita Caminho da Redenção, fundado pelos tribunos espíritas Divaldo e Nilson Pereira, seu primo.

Na época, eu ainda não concluíra o atual segundo grau. O conhecimento espírita, entretanto, foi o grande impulsionador dos meus estudos, crescimento intelectual e moral, ao lado da esposa, Maria de Lourdes, que sempre esteve ao meu lado, em todos os esforços para nosso progresso material e, principalmente, espiritual.

A essa Doutrina maravilhosa, à luz do Cristianismo, devemos tudo o que somos. E o que, mercê da graça de Deus possuímos, sem ambição pela riqueza, nos permitiu proporcionar aos agora três filhos casados uma boa educação e os melhores exemplos.

O interesse permanente para nos instruirmos, junto com o esforço do amor, que tantas bênçãos nos vêm concedendo, estão sintetizados nesta frase do Espírito de Verdade: “[...] amai-vos e instruí-vos”, que pode ser lida no capítulo 6.º d’O Evangelho Segundo o Espiritismo.


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