quarta-feira, 31 de agosto de 2022

 



Revista Espírita de 1861

 

Allan Kardec

 

Parte 1

 

Iniciamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1861, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1861 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. No tratamento da obsessão de um rapaz, o papel dos pais é importante ?

B. Por que o futuro nos é ocultado?

C. Quem foi e quando viveu São Luís?

 

Texto para leitura

 

1. No ano de 1861, quando apareceu a primeira edição de O Livro dos Médiuns, Kardec empreendeu a sua segunda viagem espírita pelas províncias, visitando as cidades de Sens, Mâcon, Lião e Bordéus. (Introdução.)

2. Ao regressar da viagem, Kardec tratou da segunda edição de O Livro dos Médiuns, cuja primeira edição esgotou-se rapidamente. (Introd.)

3. Na Sociedade Espírita de Paris, no dia 30/11/1860, vários membros relataram um interessante fenômeno: a elevação de uma pessoa, por influência mediúnica de duas mocinhas de 15 e 16 anos que, pondo dois dedos nas barras da cadeira, a elevavam a cerca de um metro, independentemente do peso da pessoa. (P. 4)

4. A Revista noticiou o ataque feito pelo Sr. Georges Gandy, redator de La Bibliographie Catholique, ao Espiritismo, e apresentou a análise feita por Kardec às críticas do Sr. Gandy. (PP. 8 a 16)

5. Há um ponto que o Sr. Gandy não perdoava ao Espiritismo – diz Kardec –: é o não haver proclamado esta máxima: “Fora da Igreja não há salvação” e admitir que aquele que faz o bem possa ser salvo das chamas eternas. (P. 12)

6. Kardec publicou parte de uma carta do Sr. Canu, ex-materialista, em que o missivista analisa a questão da incredulidade, visando a esclarecer a todos aqueles a quem havia transviado com suas ideias materialistas. (PP. 16 a 24)

7. Aludindo à formação do mundo, diz o Sr. Canu que um globo não sai repentinamente do nada, coberto de florestas, de prados e de habitantes: “Não: Deus seguramente procede com mais lentidão; tudo segue uma lei lenta e progressiva, não porque Deus hesite ou tenha necessidade de lentidão, mas porque suas leis são assim e são imutáveis”. (P. 20)

8. Tudo quanto não é Deus, afirma Canu, necessita aperfeiçoar-se: é precisamente para esse aperfeiçoamento que é dado um corpo ao Espírito, pois que sem a matéria ele não poderia manifestar-se e, assim, progredir. (P. 21)

9. Canu reporta-se ao sofrimento experimentado pelos Espíritos mais perversos ainda inacessíveis à vergonha e ao remorso. Empolgados pelo mal, mas impotentes para o fazer, sofrem a inveja de ver os outros mais felizes que eles. (P. 23)

10. A Revista noticiou a ocorrência de fenômenos no departamento de Aube, verificados em 1856 em casa do Sr. R..., e até certo ponto parecidos com as manifestações de Bergzabern relatadas na Revista Espírita de 1858. A pessoa que é objeto das manifestações era o filho do Sr. R..., com doze anos à época. Os fenômenos geralmente se produziam quando o menino se deitava e começava a dormir. Ao despertar, o garoto não tinha a menor a ideia do que se passou. (PP. 25 e 26)

11. Além de pancadas, arranhaduras, assobios, ruídos como a de uma serra, o balançar do leito e a suspensão magnética, o Espírito trazia objetos muito volumosos. Perguntado como os obtinha, ele respondeu que os tirava de gente desonesta. Se lhe pregavam moral, ficava irado e chegava a cuspir no rosto das pessoas. (P. 25 e 26)

12. Explicando o caso, São Luís ensina que um bom Espírito nada pode sobre outro, a não ser moralmente; nunca fisicamente. No caso narrado, seria preciso chamar o concurso de bons Espíritos, para atuar sobre o rapaz e torná-lo menos acessível às impressões dos maus Espíritos. (P. 27)

13. “O mau Espírito que o obsidia – diz São Luís – não o largará facilmente, desde que não é fortemente repelido por ninguém.” Confirmando que nesses casos a prece é sempre boa, ela, contudo, de nada serviria se não fosse secundada por aqueles mais interessados no caso, isto é, os pais do rapazinho. (PP. 27 e 28)

14. Evocado, o Espírito tratou com rudeza o evocador, mas informou, depois, que a fúria do jovem médium, quando era magnetizado, se devia a ele (Espírito) e não ao rapaz: “Não era ele quem se encolerizava: era eu”. (PP. 29 e 30)

15. Por que se encolerizava?, perguntou Kardec. O Espírito respondeu: “Não tenho nenhum poder sobre esse homem (o Sr. L..., o magnetizador), que me é superior: por isso não posso suportá-lo”. “Ele quer arrebatar-me aquele que tenho sob o meu domínio. E isso eu não quero.” (P. 30)

16. Analisando esse caso, Kardec assevera: “Sem dúvida esse Espírito é muito mau e pertence ao bas-fond do mundo espírita”. Ele diz, porém, que Espíritos assim são menos perigosos do que os Espíritos fascinadores, que, com segunda intenção, sabem inspirar em certas pessoas uma cega confiança em suas palavras. (P. 30)

17. Comentando mensagem do Espírito de Cazotte, Kardec afirma que o futuro nos é ocultado por uma lei muito sábia da Providência, pois que tal conhecimento prejudicaria nosso livre-arbítrio e nos levaria à negligência. (P. 33)

18. Em nota aposta pelo tradutor, vemos que São Luís é o mesmo Luís IX, rei de França, nascido em 1215 e morto em 1270. Muito virtuoso, foi Luís IX canonizado pela Igreja em 1297. (P. 39)

 

Respostas às questões propostas

 

A. No tratamento da obsessão de um rapaz, o papel dos pais é importante?

Sim. Comentando o caso de um jovem que padecia um processo obsessivo, São Luís diz que um bom Espírito nada pode sobre outro, a não ser moralmente; nunca fisicamente. Naquele caso, seria preciso chamar o concurso de bons Espíritos, para atuar sobre o rapaz e torná-lo menos acessível às impressões dos maus Espíritos. Lembrando que nesses casos a prece é sempre boa, ela de nada serviria se não fosse secundada por aqueles mais interessados no caso, isto é, os pais do rapazinho. (Revista Espírita de 1861, pp. 27 e 28.)

B. Por que o futuro nos é ocultado?

Kardec diz que o futuro nos é ocultado por uma lei de Deus, aliás muito sábia, visto que tal conhecimento prejudicaria o nosso livre-arbítrio e nos levaria à negligência. (Obra citada, p. 33.)

C. Quem foi e quando viveu São Luís?

Segundo nota redigida pelo tradutor Júlio Abreu Filho, São Luís foi, numa anterior encarnação, Luís IX, rei de França. Nascido em 1215 e morto em 1270, Luís IX, conhecido por sua bondade, foi canonizado pela Igreja em 1297. (Obra citada, p. 39.)

 

 

 

 

 

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