Revista
Espírita de 1860
Allan
Kardec
Parte
10
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1860, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1860 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que é apresentado sempre às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
Qual é o efeito do bem que se pratica?
B.
O que é preciso observar no Espiritismo?
C.
Nas sessões presididas por Kardec, o Codificador também fazia apelo geral aos
Espíritos, sem os evocar nominalmente?
D.
Como Kardec via o Cristianismo e as ideias cristãs?
Texto para leitura
208.
Kardec, reportando-se a uma mensagem atribuída a Homero, afirma que não existe
um só médium que se possa gabar de jamais ter sido enganado. A propósito da
mensagem atribuída a Homero, cuja identidade é de difícil verificação, diz o
Codificador que o fato mais saliente dela foi a revelação do sobrenome de
Homero, que os médiuns ignoravam. (PP. 353 a 355)
209.
É um erro, afirma Kardec, pensar que só se pode aprender com os Espíritos dos
grandes homens. Embora só esses possam
dar-nos lições de alta filosofia teórica, pode-se colher proveito das
comunicações dos outros, onde, de certo modo, surpreendemos a natureza em
flagrante. (P. 356)
210.
É o caso de Baltazar, o Espírito gastrônomo, que informou que Espíritos como
ele não têm necessidade de comer ou beber, mas têm, sim, o desejo de fazê-lo.
Diz Baltazar que seu corpo fluídico possui um estômago, mas de natureza
fluídica, onde só os aromas podem passar. (P. 357)
211.
O Espírito de Delphine de Girardin fala sobre a mudança que se opera no
Espírito após o transe da morte. "Ele se evapora dos despojos que
abandona, como uma chama se desprende do foco que a produziu; depois se dá uma
grande perturbação e essa dúvida estranha: estou morto ou vivo?" (P. 361)
212.
A Revista traz uma mensagem sobre os órfãos, assinada por Jules Morin. (N.R.:
Essa mensagem foi incluída no cap. XIII, item 18, d'O Evangelho segundo o Espiritismo, sob o nome de um Espírito
familiar.) (PP. 362 e 363)
213.
Aquele que faz o bem à custa de sua própria felicidade – afirma um Espírito –
pode desviar o rigor de muitas provas. (P. 363)
214.
O Espírito de Lamennais, asseverando que a moral ensinada pelo Cristo sobrepuja
os ensinos mais sublimes da Antiguidade, diz que o que é preciso observar no
Espiritismo é a moral cristã. (P. 364)
215.
Falando sobre o tempo perdido, Massillon (Espírito) diz que Deus nos haverá de
pedir contas da missão que nos foi confiada. Que lhe responderemos então? (P.
365)
216.
O Espírito de Channing diz que devemos ter mais firmeza nos nossos trabalhos
espíritas, porque, assim como ocorreu com São Paulo, seremos perseguidos, não
na carne, mas em espírito. (P. 367)
217.
Lázaro (Espírito) diz que não existe um meio infalível para distinguir a
natureza dos Espíritos, se abdicarmos da razão, da comparação, da reflexão, as
três faculdades indispensáveis para fazê-lo em segurança. (P. 368)
218.
O Espírito de Francisco de Salles recomenda: Quando quiserdes receber
comunicações de bons Espíritos, importa vos prepareis para esse favor pelo
recolhimento, pelas intenções sãs e pelo desejo de fazer o bem, visando ao
progresso geral. (P. 370)
219.
Georges (Espírito) diz que o Espiritismo deve ser e será a consolação e a
esperança dos corações feridos pela justiça humana. Assim, é sobretudo ao povo
que os verdadeiros espíritas devem dirigir-se, como outrora os apóstolos,
espalhando por todos os lados a doutrina consoladora. (P. 371)
220.
A quem quer tudo saber, diz Massillon (Espírito), ninguém chegará a conhecer a
maravilhosa Natureza senão pelo trabalho perseverante, nem entrever o infinito
de Deus senão pela prática da caridade. (P. 372)
221.
Kardec fala sobre Maria de Jesus D'Agreda, a religiosa nascida em Castela
(Espanha) em 2/04/1602, a qual, em estado de êxtase, transportou-se mais de
quinhentas vezes, de 1622 a 1630, até o Novo México, e ali doutrinou os
nativos. (PP. 372 a 376)
222.
Kardec anuncia para dezembro de 1860 o livro "O Espiritismo
Experimental", que na verdade sairia em 1861 com o nome de "O Livro
dos Médiuns". (P. 377)
223.
Comentando a variedade dos assuntos tratados na Revista Espírita, Kardec
explica que tal diversidade não exclui o método e que a desordem é nela apenas
aparente. "A variedade repousa o espírito, mas a ordem lógica ajuda a
inteligência. O que nos esforçamos por evitar é fazer de nossa Revista uma
coletânea indigesta", diz o Codificador. (P. 380)
224.
A Revista mostra que Kardec também fazia apelo geral, sem nomear nenhum em
especial, aos Espíritos sofredores presentes à sessão que quisessem manifestar-se.
O registro é da sessão de 2/11/1860. (P. 382)
225.
Falando sobre o objetivo dos trabalhos da Sociedade Espírita de Paris, definido
por São Luís em novembro de 1858, diz Kardec que ali se buscaria sempre a
compreensão dos fatos espíritas, mas também o sentimento do amor, visto que a
caridade e a benevolência mútua deveriam ser o objetivo dos seus esforços, o
laço a uni-los, a fim de mostrar com seus exemplos o verdadeiro objetivo do
Espiritismo. (PP. 382 e 383)
226.
Alfred de Musset fala sobre a arte espírita, valendo-se de uma notável
comparação: "O verme é verme; torna-se bicho da seda, depois borboleta.
Que há de mais aéreo, de mais gracioso do que uma borboleta? Então! a arte pagã
é o verme; a arte cristã é o casulo; a arte espírita será a borboleta".
(P. 384)
227.
Kardec diz que tal imagem não significa diminuir o valor da ideia cristã, visto
que o Espiritismo se apoia essencialmente no Cristianismo e não vem
substituí-lo, mas completá-lo. "Nas fraldas do Cristianismo encontram-se
os germes do Espiritismo; se eles se repelissem mutuamente, um renegaria o seu
filho, o outro, o seu pai", assevera Kardec. (PP. 384 e 385)
Respostas às
questões propostas
A. Qual é o efeito
do bem que se pratica?
Muito
recebe aquele que muito ajuda. Quem faz o bem à custa de sua própria
felicidade, ensina o Espiritismo, pode desviar o rigor de muitas provas. (Revista Espírita de 1860, p. 363.)
B. O que é preciso
observar no Espiritismo?
Segundo
o Espírito de Lamennais, o que é preciso observar no Espiritismo é a moral
cristã, que, na opinião desse Espírito, sobrepuja os ensinos mais sublimes da Antiguidade.
(Obra citada, p. 364.)
C. Nas sessões
presididas por Kardec, o Codificador também fazia apelo geral aos Espíritos,
sem os evocar nominalmente?
Sim.
A Revista revela que Kardec também fazia apelo geral aos Espíritos sofredores
presentes à sessão que quisessem manifestar-se, sem nomear nenhum em especial.
(Obra citada, p. 382.)
D. Como Kardec via
o Cristianismo e as ideias cristãs?
O
Codificador os via com respeito e chegou a afirmar que o Espiritismo se apoia
essencialmente no Cristianismo e não vem substituí-lo, mas completá-lo.
"Nas fraldas do Cristianismo encontram-se os germes do Espiritismo; se
eles se repelissem mutuamente, um renegaria o seu filho, o outro, o seu
pai", asseverou Kardec. (Obra citada, pp. 384 e 385.)
Observação:
Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/08/blog-post_10.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário