A Vida no Outro Mundo
Cairbar Schutel
Parte 28
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro A Vida no Outro Mundo, de autoria de Cairbar Schutel, publicado originalmente em 1932 pela Casa Editora O Clarim, de Matão (SP).
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Este estudo é publicado neste blog
sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Por que a revelação espírita não
foi transmitida por intermédio das Igrejas oficiais e oficiosas que se jactam
da posse absoluta da verdade?
B. Por que motivo Moisés proibiu os
encantamentos, as adivinhações e as evocações dos mortos?
C. Ciente de que a mistificação na
prática mediúnica e os falsos profetas eram, àquela época, fato corriqueiro,
que recomendação fez o Apóstolo João com o objetivo de preveni-los?
Texto para
leitura
373. O que se nota de extraordinário
em todas as ocorrências verificadas, desde o alvorecer dos fenômenos que vieram
despertar a Humanidade imersa em letargo, é que, entre tantos sábios de nomeada
e tantos sábios, rabinos, a escolha para a Revelação da Doutrina, que os fatos
demonstram, recaísse num homem que, embora portador, como tantos outros, de
diplomas, não ostentasse as insígnias acadêmicas conferidas aos sábios do
mundo. (A Vida no Outro Mundo – Cap.
XXV - Considerações Imortalistas.)
374. Neste, como em tantos outros
exemplos, parece prevalecer o ditame do Mestre Jesus, segundo o qual "Deus
revela seus conhecimentos aos humildes e os esconde dos sábios
orgulhosos". (Obra citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
375. Ora, se as manifestações
psíquicas vêm de eras imemoriais e se têm reproduzido no mundo em todos os
tempos, referendadas por todos os códigos sagrados, por que não nos veio dos
"mestres dos povos", dos "guias das almas" a explicação
desses fenômenos, a causa dessas manifestações? Por que essa nova Revelação não
foi transmitida por intermédio das Igrejas oficiais e oficiosas que se jactam
da posse absoluta da Verdade e se dizem os únicos expoentes autorizados, únicos
Pontífices da Palavra de Deus?! (Obra citada – Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
376. A História Religiosa responde
perfeitamente a estas interrogações. A Revelação do Sinai e a Revelação Cristã
seriam, porventura, veiculadas pelas igrejas daqueles tempos? Qual o papel
representado pelo Farisaísmo e Saduceísmo em face da Revelação Cristã? Qual a
influência do Bramanismo em face da Revelação de Buda? (Obra citada – Cap. XXV
- Considerações Imortalistas.)
377. Vemo-lo escrito nas páginas da
História: sempre que a Humanidade tem de receber mais uma luz, seja no terreno
religioso, seja no científico, o Senhor, em vez de se prevalecer de sacerdotes
e de acadêmicos que pontificam na Religião e na Ciência, utiliza-se, ao
contrário, de pessoas absolutamente estranhas e alheias às doutrinas
convencionais e dogmáticas. (Obra citada – Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
378. Parece até que a sentença de
Jesus Cristo: "não se põe vinho novo em odres velhos" tem, nesses
casos, peremptória confirmação. Esta confirmação é tão categórica que se chega
a ver o despeito que as Ciências Humanas, ou antes, seus corifeus, têm
manifestado contra as novas verdades que nos vêm tirar da imobilização, do
círculo vicioso em que eles têm feito permanecer a Humanidade. (Obra citada –
Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
379. Outro tanto se pode dizer das
religiões oficializadas, infensas, em todos os tempos, às novas descobertas e
às verdades novas. (Obra citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
380. É de admirar que o mesmo
acontecesse ao Espiritismo, que é a mais ampla revelação que a Humanidade tem
recebido? É de estranhar que Deus não quisesse, também desta vez, revelar a Sua
Palavra ao mundo, como aconteceu outras vezes, por meio de "sábios" e
de "sacerdotes", mas os escolhesse por sua indefectível Justiça? (Obra
citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
381. E quem não vê que essas
revelações são progressivas, as últimas corroborando os preceitos das primeiras
e trazendo um complemento característico de mais elevado ensino, em virtude das
circunstâncias de progresso que a Humanidade tem realizado? Eu não vim derrogar
a Lei e os Profetas, disse o Cristo, mas sim dar-lhes cumprimento. (Obra citada
– Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
382. É assim que a Lei se vai tornando
cada vez mais conhecida, à medida que os homens crescem no seu conhecimento, e
os profetas (médiuns), ou intermediários da Vontade Divina, também sentem
aumentar e diversificar em si mesmos os seus dons, na razão direta da expansão
da Lei em sua sublimidade moral e espiritual. (Obra citada – Cap. XXV -
Considerações Imortalistas.)
383. A Primeira Revelação, dada por
intermédio de Abraão, não diz mais que a existência do Deus Único, Deus Vivo
que está em toda parte e em quem devemos crer e confiar. A Segunda Revelação,
vinda por intermédio de Moisés, a Revelação do Sinai, já é um Código de
mandamentos e preceitos, além de, em sua primeira ordenação, repetir a
Revelação Abraâmica. Como se vê, a Revelação Mosaica não veio destruir a
Revelação Abraâmica, mas cumpri-la e ampliá-la, prescrevendo ordenações que não
se achavam prescritas na revelação anterior. (Obra citada – Cap. XXV -
Considerações Imortalistas.)
384. Por outro lado, observem-se os
tempos abraâmicos e mosaicos, quanto às manifestações do Além dadas pelos
profetas, e ver-se-á claramente que as revelações pessoais tiveram, nessa
época, grande repercussão; os médiuns (profetas) se multiplicaram tanto, e
tanto abusaram de suas faculdades, que Moisés chegou a proibir os
encantamentos, as adivinhações, as evocações dos mortos, impondo, como
legislador e chefe do povo de Israel, penas severas a quem transgredisse o seu
decreto. (Obra citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
385. A Lei se completa sempre com os
Profetas, e os Profetas não podem exorbitar a Lei: têm de submeter-se a ela. Os
encantamentos, as adivinhações, a evocação dos mortos, para os fins de que se
utilizavam os médiuns populares daqueles tempos, eram práticas contrárias à Lei
do Decálogo; essencialmente politeístas, iam de encontro ao preceito de amor e
de adoração ao Deus Vivo, Deus Uno, bem como infringiam os demais preceitos do
Decálogo referentes ao "amor ao próximo”. (Obra citada – Cap. XXV -
Considerações Imortalistas.)
386. Os fins especulativos e
supersticiosos, visados pelos mistificadores, praticados, então, como ainda
hoje, por pessoas sem critério e despidas de todo sentimento do Bem, é que
determinaram a proibição. (Obra citada – Cap. XXV - Considerações
Imortalistas.)
387. A Lei manifesta-se sempre pelos
Profetas e, assim, há mistificadores da Lei, há profetas de mentira que semeiam
pelo mundo o erro, a desarmonia e a incredulidade. Foi o que levou também o
Apóstolo João a recomendar severamente: "Examinai se os Espíritos vêm de
Deus, porque muitos falsos profetas têm aparecido no mundo”. (Obra citada –
Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
Respostas às
questões preliminares
A. Por que a revelação espírita não foi transmitida por
intermédio das Igrejas oficiais e oficiosas que se jactam da posse absoluta da
verdade?
Tal como ocorreu com a revelação
cristã, que também veio por meio de pessoas simples, a revelação espírita
observou um padrão comum nas diferentes revelações, enquadrando-se
perfeitamente nestas conhecidas palavras de Jesus: "Deus revela seus
conhecimentos aos humildes e os esconde dos sábios orgulhosos". (A Vida no Outro Mundo – Cap. XXV -
Considerações Imortalistas.)
B. Por que motivo Moisés proibiu os encantamentos, as
adivinhações e as evocações dos mortos?
Observando-se os tempos aramaicos e
mosaicos, quanto às manifestações do Além dadas pelos profetas, ver-se-á
claramente que as revelações pessoais tiveram, nessas épocas, grande
repercussão. Os médiuns (profetas) se multiplicaram tanto, e tanto abusaram de
suas faculdades, que levou Moisés a proibir o intercâmbio com os mortos,
impondo, como legislador e chefe do povo de Israel, penas severas a quem
transgredisse o seu decreto. É que a Lei se completa com os Profetas, mas estes
não podem exorbitar: têm de submeter-se a ela. Os encantamentos, as
adivinhações, a evocação dos mortos, para os fins de que se utilizavam os
médiuns populares daqueles tempos, eram práticas contrárias à Lei do Decálogo e
iam de encontro ao preceito de amor e de adoração ao Deus Vivo, Deus Uno, bem
como infringiam os demais preceitos do Decálogo referentes ao "amor ao
próximo". (Obra citada – Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
C. Ciente de que a mistificação na prática mediúnica e os
falsos profetas eram, àquela época, fato corriqueiro, que recomendação fez o
Apóstolo João com o objetivo de preveni-los?
Com esse objetivo, o Apóstolo João
recomendou expressamente aos seus contemporâneos: "Examinai se os
Espíritos vêm de Deus, porque muitos falsos profetas têm aparecido no
mundo", um conselho que se mantém atual até os nossos dias. (Obra citada –
Cap. XXV - Considerações Imortalistas.)
Observação:
Para acessar a Parte 27 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/07/blog-post_29.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá
como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário