Refletindo
com o Espírito Victor Hugo: favela moral
JORGE
LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De
Brasília, DF
Há
pouco tempo, alma querida, adquiri a obra organizada por Washington Fernandes
sobre “reflexões filosóficas” nos romances psicografados por Divaldo Franco e
ditados por um dos maiores escritores que o mundo já conheceu: Victor Hugo. A
obra contém 100 reflexões, mas hoje destaco e comento duas frases duma delas,
para nossa reflexão e principalmente prática, pois de teorias o mundo anda
farto. Estão na primeira das cinco partes do livro intitulado: 100 Reflexões
Filosóficas e cor Local nos Romances Mediúnicos de Victor Hugo. As frases
comentadas são do capítulo 2, denominado Favela moral.
Diz
Hugo que: “[...] A favela são as pessoas reunidas, os espíritos estiolados, que
o cansaço e a fome, o ódio e a indiferença ressequiram, quase mataram, porque
deixaram vivendo na morte lenta”.
É
importante observar que nesse lugar há muitas pessoas altamente solidárias e
trabalhadoras. Estas, muitas vezes, para bem sobreviverem, observam a violência
ao lado de seu barraco, mas são obrigadas a fingir que nada viram, pois, se
denunciam o fato, duas coisas podem ocorrer: a primeira é que as autoridades
não investiguem sua denúncia. E não vamos aqui julgar o motivo disso. A segunda
é que a violência pode voltar-se contra o denunciante ou sua família, em
vingança por sua atitude.
Da
favela, porém, saem professores, advogados, médicos, engenheiros... que não se
conformaram com a vida miserável em que viviam e, trabalhando duro para custear
os próprios estudos, laboram de dia e estudam à noite. Mas também saem de lá
pedreiros, eletricistas, pintores de paredes, faxineiros, cuidadores, babás...
dignos e honestos.
Todos,
porém, têm um desejo principal: viver bem. Para isso, a maioria sonha com um
lar onde não lhe falte vestuário, boa alimentação, segurança e lazer. Deseja
casar-se, ter filhos aos quais possa educar com vistas a futuro socioeconômico
melhor. Infelizmente, porém, os preguiçosos, invejosos, egoístas, também ali
estão. Sentem-se excluídos do que consideram privilégios e não conquistas
pessoais. Daí revoltarem-se e optarem por diversos crimes como vingança da
sociedade que consideram injusta.
Então
prossegue o Espírito Victor Hugo: “Onde a desesperança se agasalha nos braços
da rebeldia, gerada pelo desconforto social, unindo os espoliados físicos,
econômicos e morais, aí está a favela. Sejam duas pessoas esquecidas, engendrando
na miséria a criminalidade e a ignomínia, seja no grande aglomerado que
constitui a arquitetura para o turismo ultrajante, onde se mesclam todas as
paixões, aí estão as almas faveladas”.
Daí,
a pior favela está no íntimo da pessoa que, mesmo quando passa a morar em
bairro residencial no qual suas condições de vida sejam muito melhores, leva
consigo a favela moral. Saiu da favela material, mas a favela espiritual
continua presente em sua alma, expressa pela revolta, pelos vícios, pelo
egoísmo, enfim, pela miséria moral.
Segundo
Allan Kardec, esse estado de espírito só terminará quando a educação moral de
todos os cidadãos caminhar passo a passo com o acúmulo de conhecimentos
intelectuais. Ou seja, é preciso que a educação intelecto-moral se faça presente
nos lares e nas escolas para que tenhamos uma sociedade mais justa e nos
libertemos da favela moral. Nesse sentido, o conhecimento e, sobretudo a
prática dos esclarecimentos espíritas cristãos muito têm a nos oferecer, desde
que nos proponhamos a “colocar a mão no arado e não olharmos para trás”, como
nos recomendou Jesus. Só assim sairemos de vez da favela moral.
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