Revista
Espírita de 1861
Allan
Kardec
Parte
8
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1861, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1861 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que será sempre apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
As perguntas a serem feitas aos Espíritos devem ser comunicadas previamente ao
médium?
B.
Como Fénelon define a boa prece?
C.
Que disse Kardec sobre o charlatanismo?
Texto para leitura
130.
Kardec comenta um relato sobre visões de Espíritos publicado pelo Spiritual Magazine, de Londres. (PP. 227
a 229)
131.
Mensagem de Erasto e Timóteo explica que os Espíritos se comunicam com os
Espíritos encarnados e também com os Espíritos desencarnados, pela simples
radiação de seu pensamento. (P. 232)
132.
Quando encontram num médium o cérebro aparelhado de conhecimentos adquiridos na
vida atual e o Espírito rico de conhecimentos anteriores latentes, dele se
servem com preferência, porque com ele o fenômeno é mais fácil. (P. 232)
133.
É que, neste caso, encontram no cérebro do médium os elementos próprios para
revestir seu pensamento com a vestimenta da palavra – seja o médium intuitivo,
semimecânico ou mecânico. É por isso que os ditados obtidos pelo médium, embora
de Espíritos diferentes, têm na forma e no tom o cunho pessoal do médium, visto
que ele influencia a forma da mensagem pelas qualidades e propriedades
inerentes à sua individualidade. (P. 232)
134.
O Espírito é como alguém que pode mostrar sua música num piano, numa flauta ou
num contrabaixo. (P. 233)
135.
Se ele dispuser, no entanto, apenas de um apito ou de uma simples gaitinha,
como irá apresentá-la? (P. 233)
136.
Explicando que as perguntas a serem feitas aos Espíritos devem ser lidas
previamente ao médium, para que ele se identifique com o Espírito do evocador,
Erasto e Timóteo reiteram que os Espíritos não necessitam revestir seu
pensamento: eles percebem e comunicam o pensamento pelo simples fato de o
possuírem. (P. 234)
137.
Fénelon diz que, se os homens conhecessem a força da prece do coração, quantas
pessoas arrastadas pela fraqueza teriam recorrido a ela no momento da queda!
“Tu és – declara ele – o precioso antídoto que cura as feridas, quase sempre
mortais, que a matéria abre no Espírito, fazendo correr em suas veias o veneno
das sensações brutais.” (P. 238)
138.
Assevera Fénelon: “A boa prece é a que parte do coração; não é palavrosa;
apenas, de vez em quando, deixa escapar seu grito a Deus em aspirações, em
angústias ou pedido de perdão, como implorando venha em nosso socorro, e os
bons Espíritos a levam aos pés do Pai justo e terno, e esse incenso lhe é
perfume agradável”. (P. 238)
139.
A Revista comenta notícia publicada pelo Le
Siècle, de 4/7/1861, sobre a morte de Pierre Valin, o soldado que se
julgava morto e falava de si mesmo na terceira pessoa. (P. 239)
140.
Kardec afirma que todos os magnetizadores sabem que é muito comum aos
sonâmbulos falarem na terceira pessoa, fazendo assim distinção entre a
personalidade de sua alma e a do corpo. (P. 242)
141.
O princípio inteligente (alma) é como esses gases que não se prendem a certos
corpos senão por uma coesão efêmera e que escapam ao primeiro sopro. Há sempre
uma tendência a se desembaraçar de seu fardo corpóreo, desde que a força que
mantém o equilíbrio cesse de agir por uma causa qualquer. Só a atividade
harmônica dos órgãos mantém a união íntima e completa entre alma e corpo; mas,
à menor suspensão dessa atividade, a alma retoma o voo: é o que acontece no
sono, no meio-sono, na catalepsia, na letargia, no sonambulismo, no êxtase e em
certos estados patológicos. (P. 242)
142.
Uma porção de fenômenos espirituais não têm outra causa senão a emancipação da
alma. (P. 242)
143.
Kardec volta a criticar a prática observada na América, onde se considera
natural que os médiuns se façam pagar. Isto é bem típico de um pais onde time is money, observa o Codificador.
(P. 246)
144.
A Revista transcreve os diálogos mantidos por Kardec com o Espírito de Don
Peyra, prior de Amilly. (P. 246)
145.
Depois de explicar que ainda se ocupava de Química no plano espiritual, Don
Peyra disse que os Espíritos não têm por missão ajudar aos homens em pesquisas
semelhantes às que ele fazia – em busca de um tesouro. (PP. 249 e 250)
146.
Em carta a Kardec, J. B. Borreau fala que Dom Peyra, ao fixar-se em Amilly,
obteve ali belas curas, obtidas por meio do magnetismo e da eletricidade.
Vendo, porém, que os negócios não iam tão bem quanto desejava, empregou o
charlatanismo e praticou, com sua máquina elétrica, artes mágicas que o fizeram
passar por feiticeiro. (P. 252)
147.
Criticando o charlatanismo, Kardec diz que os médiuns ganhariam cem vezes mais
em consideração o que deixam de ganhar em proventos materiais. Para viver, há
atividades mais honestas do que explorar os “mortos”. (P. 255)
148.
Os médiuns levianos e pouco sérios atraem Espíritos de mesma natureza. Eis por
que suas comunicações são marcadas por banalidades, frivolidades, ideias sem
ordenação e, às vezes, muito heterodoxas em matéria espírita. (P. 256)
Respostas às
questões propostas
A. As perguntas a
serem feitas aos Espíritos devem ser comunicadas previamente ao médium?
Sim.
Essa medida, proposta por Kardec, é necessária para que ele se identifique
previamente com o evocador. (Revista
Espírita de 1861, p. 234.)
B. Como Fénelon
define a boa prece?
A
boa prece, diz Fénelon, é a que parte do coração. Não é palavrosa e apenas, de
vez em quando, deixa escapar seu grito a Deus em aspirações, em angústias ou
pedido de perdão, como implorando venha o Pai em nosso socorro. (Obra citada,
p. 238.)
C. Que disse Kardec
sobre o charlatanismo?
O
Codificador o criticou, dizendo que os médiuns ganhariam cem vezes mais em
consideração o que deixam de ganhar em proventos materiais. Para viver, há
atividades mais honestas do que explorar os “mortos”. (Obra citada, p. 255.)
Observação:
Para acessar a Parte 7 parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/10/blog-post_12.html
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