quinta-feira, 6 de outubro de 2022

 



CINCO-MARIAS

 

A empatia precisa ser ensinada

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com



Temos de ensinar nossas crianças a ter empatia pelos outros e pelo mundo. Daniel Goleman

 

Creio que todos nós queremos que nossos filhos cresçam tolerantes e empáticos. E a empatia, como uma habilidade essencial à boa convivência, necessita ser ensinada a nossos filhos.

O conceito de empatia vem do grego empathos e quer dizer “sofrimento com o outro”, ou seja, a empatia se manifesta sempre que escolhemos experimentar os sapatos do outro, ainda que esses sapatos não sejam nossos…

Sempre comento nas escolas, para pais e educadores, que a empatia necessita de “um outro” para desenvolver-se. Em termos simples: o filho aprende a andar de bicicleta, por exemplo, porque existe alguém que o ensina a andar de bicicleta. A criança aprende a escrever porque há alguém – sua professora, sua mãe, seu pai – há alguém que com paciência ensina essa criança a escrever. Com a empatia se dá o mesmo. Os seres humanos necessitamos de outras pessoas – “outros” – para nos tornar empáticos.

Como podemos fazer com que nossos filhos sejam sensíveis, sejam empáticos? Do mesmo modo que conseguimos que uma criança aprenda a nadar ensinando-a a nadar, precisamos, como pais, ser modelos de empatia para ensinar a eles a cultivar carinho e compaixão em relação aos outros. E isso de um modo simples diz respeito a de fato estar pronto para ajudar.

À medida que a habilidade de se colocar no lugar do outro não depende apenas de genética, porque os fatores ambientais têm influência maior, comportamentos parentais muito autoritários ou permissivos prejudicam o desenvolvimento da empatia. Com isso, os pais que procuram criar filhos empáticos devem priorizar no dia a dia o diálogo, a explicação das regras e de como elas são importantes para o bem comum e, sobretudo, serem empáticos e pacientes com os próprios filhos, pois desenvolver a empatia leva tempo…

 

Notinhas

 

A empatia (do grego: em = em + pathos = emoção, sentimento) é uma habilidade que nos permite colocar-nos no lugar do outro, reconhecer seus sentimentos, ainda que estes sejam distintos nos nossos. Além da compreensão, a empatia parte do pressuposto do não julgamento.

De acordo com a neurociência, os circuitos cerebrais para desenvolvermos a autocontrole e a empatia são desenvolvidos ao longo da infância e da adolescência.

As crianças que têm pais empáticos e que, por isso, estão pouco a pouco a aprender a empatia, expressam melhor seus sentimentos, são menos agressivas e se relacionam melhor com o seu entorno.

Como favorecer a empatia na infância? Entre outras coisas, seja você mesmo um exemplo de empatia; procure considerar a opinião do seu filho; elogie/reforce suas boas ações; pergunte com frequência como seu filho se sente; ofereça consolo/apoio quando seu filho estiver chateado ou triste.

 

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Esta seção, cuja estreia neste blog ocorreu no dia 6 de janeiro deste ano, traz sempre textos dedicados à infância, seus cuidados, sua educação.

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), está concluindo em São Paulo a formação em Psicanálise. Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

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