Revista
Espírita de 1861
Allan
Kardec
Parte
6
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1861, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1861 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que será sempre apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
Como definir a prece?
B.
Os Espíritos puros têm asas?
C.
Que é o perispírito?
Texto para leitura
92.
Comentando carta recebida de Roustaing, Kardec considera-o espírita sério e
elogia a declaração com que Roustaing fechou sua carta: “Eu me honro de ser
altamente e publicamente espírita”. (PP. 182 e 183)
93.
A Revista transcreve um poema intitulado “A Prece”, de autoria do Espírito de
Joly, que define a prece como “um impulso de amor, de fluídico ardor que se
escapa da alma e se eleva ao Senhor”. (PP. 184 e 185)
94.
“Orar não muda em nada a lei do Pai Eterno”, diz Joly, “mas o coração paterno
derrama o seu influxo naquele que o implora”. Kardec comenta afirmando que,
certamente, Deus não derroga suas leis a pedido nosso, mas a prece age,
principalmente, sobre aquele que é seu objeto, inspirando-o ao arrependimento e
ao desejo de reparar seus erros. (PP. 185 e 186)
95.
Comentando o caso do Marquês de Saint-Paul, que antes de morrer teve a
revelação do mundo que ia habitar, Kardec diz que o fenômeno do antecipado
desprendimento da alma é muito frequente: antes de morrer, muitas pessoas entreveem
o mundo dos Espíritos, suavizando assim, pela esperança, o pesar de deixar a
vida. (P. 187)
96.
Nos seus últimos momentos, o Marquês, estando com sede, dizia: “Ele tem sede”,
reportando-se ao corpo físico, que ele distinguia nitidamente do “eu” pensante,
que está no Espírito. (P. 188)
97.
Evocado por Kardec, ele declarou estar num estado transitório, em que as
virtudes humanas adquirem seu verdadeiro preço. Seu estado era mil vezes
preferível ao da encarnação terrena, mas sua alma só seria saciada quando
pudesse voar aos pés do Criador, nosso Pai. (P. 188)
98.
Kardec evoca o célebre calculador e pastor Henri Mondeux, um homem iletrado que
desde os dez anos se fez notar pela prodigiosa facilidade com que resolvia de
cabeça as mais complicadas questões de Aritmética. (PP. 188 e 189)
99.
Explicando sua missão, que foi espantar os matemáticos, Mondeux diz que seu
Espírito foi preparado para ver os números que outros Espíritos lhe forneciam;
ele não passava, pois, de um médium ao dar suas respostas. (P. 191)
100.
A Sra. Anais Gourdon, evocada a pedido do pai e do marido, diz ser feliz no mundo
espiritual. “O céu não me causa terror – diz ela – e espero confiante e com
amor que as asas brancas me cresçam.” Kardec, estranhando tais ideias, afirma
que as asas dos anjos, arcanjos e serafins não passam de atributo imaginado
pelos homens. (P. 192)
101.
Os Espíritos puros podem, no entanto, aparecer aos homens com esse acessório,
para responder ao seu pensamento, como outros Espíritos tomam a aparência que
tinham na Terra para se tornarem conhecidos. (P. 192)
102.
Kardec, ao noticiar a morte do Sr. Laferrière, diz que, se fosse feita uma
estatística das causas que levam aos desarranjos do cérebro, se veria que o
desespero responde, pelo menos, com 80% das ocorrências. (P. 194)
103.
A imprensa noticiou que o Sr. Laferrière tinha sentimentos religiosos; contudo,
esses sentimentos não o impediram de sucumbir ao desespero, o que poderia ter
sido prevenido caso ele tivesse ideias menos vagas sobre o futuro, como as que
oferece o Espiritismo, que prova a inexistência real da morte. (P. 194)
104.
O suicídio do Sr. Léon L..., 25 anos, empresário de ônibus, que não suportou a
morte da esposa, causou viva impressão na região, onde era muito estimado. Ele
matou-se para ir unir-se à esposa, um equívoco que teria sido evitado, se Léon
soubesse, pelo Espiritismo, a sorte dos suicidas. (P. 195)
105.
Kardec cita um fato em que a comunicação do Espírito do esposo fez sua
ex-mulher abandonar o propósito de vingar-se do médico, julgado por ela
responsável, por imperícia, pela morte do marido. (PP. 195 e 196)
106.
Erasto conclama os espíritas: “Ide e pregai a palavra divina”. (P. 197)
107.
Na mesma mensagem, Erasto ensina como conhecer os espíritas que estão no bom
caminho. (PP. 198 e 199)
108.
Um Espírito afirma que o tédio não atinge quem vive pelo espírito e cujas
faculdades tendem para um objetivo certo. O tédio, diz ele, não resulta senão
do vazio da alma e da esterilidade do pensamento. (P. 199)
109.
Lamennais diz que faltam às palavras cor e forma para exprimir o perispírito e
sua natureza, mas uma coisa é certa: o perispírito é o envoltório fluídico
material da alma. (P. 201)
110.
O perispírito – diz Lamennais – é, para os Espíritos, o agente pelo qual eles
se comunicam conosco, quer indiretamente, quer diretamente. (P. 202)
Respostas às
questões propostas
A. Como definir a
prece?
Em
um poema intitulado “A Prece”, Joly (Espírito) define a prece como “um impulso
de amor, de fluídico ardor que se escapa da alma e se eleva ao Senhor”. “Orar
não muda em nada a lei do Pai Eterno”, diz Joly, “mas o coração paterno derrama
o seu influxo naquele que o implora.” Kardec comenta o assunto afirmando que,
certamente, Deus não derroga suas leis a pedido nosso, mas a prece age,
principalmente, sobre aquele que é seu objeto, inspirando-o ao arrependimento e
ao desejo de reparar seus erros. (Revista
Espírita de 1861, pp. 184 a 186.)
B. Os Espíritos
puros têm asas?
Não.
Comentando uma mensagem do Espírito de Anais Gourdon, evocada a pedido do pai e
do marido, Kardec esclarece que as asas dos anjos, arcanjos e serafins não
passam de atributo imaginado pelos homens. Os Espíritos puros podem, no
entanto, aparecer aos homens com esse acessório, para responder ao seu
pensamento, como outros Espíritos tomam a aparência que tinham na Terra para se
tornarem conhecidos. (Obra citada, p. 192.)
C. Que é o
perispírito?
Lamennais
diz que faltam às palavras cor e forma para exprimir o perispírito e sua
natureza, mas uma coisa é certa: o perispírito é o envoltório fluídico material
da alma. O perispírito é para os Espíritos, diz Lamennais, o agente pelo qual
eles se comunicam conosco, quer indiretamente, quer diretamente. (Obra citada,
pp. 201 e 202.)
Observação:
Para acessar a Parte 5 parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/09/blog-post_28.html
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