Um apelo de Meimei em
favor da criança
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
Quando lidamos com uma criança em
tenra idade, dificilmente imaginamos para ela um futuro que não seja pelo menos
igual ao nosso. Jamais nos passa pela mente que esse menino que hoje acalentamos,
abraçamos e protegemos possa tornar-se amanhã um marginal perigoso.
As notícias veiculadas pela mídia
mostram-nos, contudo, que tais coisas são possíveis e soem acontecer em grande
número no mundo em que vivemos.
Não é difícil entender esse fato.
Mundo de provas e expiações, a Terra não é, por enquanto, morada de anjos. É
uma escola, bendita como todas as escolas criadas por Deus, onde se matriculam
criaturas necessitadas, pessoas difíceis, almas fracas e vacilantes, que
necessitam por isso de forte estímulo para avançarem no caminho da evolução.
As páginas dos jornais e a TV
retratam a vida de forma nua e crua.
Aqui, é o jovem imaturo que, movido
por sentimentos insondáveis, matou pai e mãe, destruindo a paz do seu lar e a
própria vida...
Ali, é o filho de um homem admirado
em todo o mundo que, seduzido pelas ilusões do narcotráfico, trocou o lar pela
penitenciária...
Acolá, é o garoto que, baleado pelos
próprios comparsas, foi lançado no frescor da idade a uma cadeira de rodas,
condenado à paraplegia...
Todos eles foram crianças um dia.
Alguns tiveram vida abastada, moravam em mansões, ganhavam presentes caros.
Outros nem tanto, mas a verdade é que o seu presente e o seu futuro, pelo menos
na atual existência, tornaram-se bem amargos.
*
Encontrava-me assim, pensando na
vida, quando me veio às mãos uma mensagem bastante conhecida escrita por Meimei
pelas mãos de Chico Xavier, na qual a amorável educadora interpreta os sentimentos
da criança e apela para nós – nós que somos pais, avós, professores e, com
certeza, as únicas pessoas que podem auxiliá-la:
“Dizes que sou o futuro.
Não me desampares no presente.
Dizes que sou a esperança da paz.
Não me induzas à guerra.
Dizes que sou a promessa do bem.
Não me confies ao mal.
Dizes que sou a luz dos teus olhos.
Não me abandones às trevas.
Não espero somente o teu pão.
Dá-me luz e entendimento.
Não desejo tão só a festa de teu
carinho.
Suplico-te amor com que me eduques.
Não te rogo apenas brinquedos.
Peço-te bons exemplos e boas palavras.
Não sou simples ornamento de teu
caminho.
Sou alguém que te bate à porta em
nome de Deus.
Ensina-me o trabalho e a humildade,
o devotamento e o perdão.
Compadece-te de mim e orienta-me
para o que seja bom e justo...
Corrige-me enquanto é tempo, ainda
que eu sofra.”
Em face das palavras acima, creio
que tudo que disser será supérfluo, exceto reproduzir aqui o que escreveu
recentemente um dos nossos colegas espíritas: se queremos um mundo melhor no
futuro, comecemos desde logo a construí-lo.
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