Como nós vemos Jesus?
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De Londrina-PR
A importância de Jesus para nós,
espíritas, pode ser aquilatada pelos depoimentos que se seguem.
J. Herculano Pires, por exemplo, ao
dizer que das três revelações cristãs o Evangelho é a que brilha no centro
dessa tríade, afirma que Jesus é o sol que ilumina todas elas, uma como que
"intervenção direta do Alto para a reorientação do pensamento
terreno". (Veja “Introdução ao Livro
dos Espíritos”, LAKE, 3a ed., abril de 1966, pp. 11 e 12.)
Léon Denis assevera que Jesus
"ascendeu à eminência final da evolução" e, bem antes de Emmanuel
descrever-lhe o papel como co-criador e orientador da Terra, conceituou-o como
"governador espiritual deste planeta" em sua obra "Cristianismo
e Espiritismo", pág. 79.
De Emmanuel nos vieram informações
preciosas sobre o Cristo, como este trecho extraído do livro A Caminho da Luz, cap. 1, obra
psicografada por Chico Xavier:
“Rezam as tradições do mundo
espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma
Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em
cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades
planetárias. Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um
dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas
proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e
da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos. A
primeira verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar,
a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema
cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a
segunda, quando se decidiu a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à
família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção.”
Allan Kardec, ao comentar a resposta
dada à pergunta 625 d'O Livro dos
Espíritos, escreveu: "Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral a
que pode aspirar a humanidade na Terra. Deu no-lo oferece como o mais perfeito
modelo, e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque
ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu
sobre a Terra".
Em O Evangelho segundo o Espiritismo (cap. 1, item 4), Kardec lembra
que o papel de Jesus "não foi simplesmente o de um legislador moralista
sem outra autoridade além da palavra". "Ele veio cumprir as profecias
que haviam anunciado a sua vinda, e a sua autoridade provinha da natureza
excepcional do seu Espírito e da sua missão divina."
Igual ensinamento se lê em Obras Póstumas, págs. 136 e
seguintes: "Jesus era um messias
divino pelo duplo motivo de que de Deus é que tinha a sua missão e de que suas
perfeições o punham em relação direta com Deus" (...). "Para que
Jesus fosse igual a Deus, fora preciso que ele existisse, como Deus, de toda a
eternidade, isto é, que fosse incriado" (...). "Digamos que Jesus é
filho de Deus, como todas as criaturas, que ele chama a Deus Pai, como nós
aprendemos a tratá-lo de nosso Pai. É o filho bem-amado de Deus, porque, tendo
alcançado a perfeição, que aproxima de Deus a criatura, possui toda a confiança
e toda a afeição de Deus."
Em vista do exposto, conquanto não
consideremos Jesus uma divindade, um ser incriado, atributos que se aplicam
exclusivamente a Deus, inteligência suprema do Universo e causa primária de
todas as coisas, fica clara a posição de relevo que ele, o Mestre nazareno,
ocupa no mundo em que vivemos, cuja direção o Criador lhe confiou.
É assim que nós, os espíritas, vemos
Jesus.
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