Revista
Espírita de 1861
Allan
Kardec
Parte
7
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1861, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1861 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que será sempre apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
As aparições de Espíritos são reais?
B.
Que crítica Kardec fazia aos espíritas da América?
C.
Que prejuízos para o Espiritismo advêm dos falsos médiuns?
Texto para leitura
111.
Falando da separação da alma após a morte, Ferdinand diz que, quando se é
ignorante, e sobretudo quando muito culpado, um véu espesso oculta do Espírito
as belezas da morada onde vivem os bons Espíritos, e ele se encontra só ou na
companhia de Espíritos malvados e inferiores, num círculo que não lhe permite
ver onde está. (P. 205)
112.
Kardec afirma que os fatos provam que existem verdadeiras aparições, explicadas
perfeitamente pela ciência espírita e só negadas pelos que nada admitem além do
mundo visível. (P. 207)
113.
Há casos, porém, em que as imagens podem ser um efeito das impressões deixadas
pela vista de certos objetos no cérebro, que lhes conserva os traços, como
conserva os sons. A alma, desprendida do corpo, vê no próprio cérebro essas
impressões, que nele ficaram como uma chapa fotográfica. Eis a causa provável
das alucinações. (P. 208)
114.
A ideia fixa – afirma Kardec – é a lembrança exclusiva de uma impressão. A
alucinação é a visão retrospectiva, pela alma, de uma imagem impressa no
cérebro. (P. 209)
115.
Nas aparições há, como em todo fenômeno espírita, o caráter inteligente, que é
a melhor prova de sua realidade. Toda aparição que não dá qualquer sinal
inteligente pode ser posta no rol das ilusões. (P. 210)
116.
É sobretudo na Medicina que o elemento espiritual representa um papel
importante. Quando os médicos o levarem em consideração, enganar-se-ão menos do
que agora. (P. 211)
117.
O fenômeno da aparição pode dar-se de duas maneiras: ou é o Espírito que vai
encontrar a pessoa que o vê; ou é o Espírito desta que se transporta e vai
encontrar a outra. Kardec cita a respeito três casos. (P. 211)
118.
O mais interessante deles é o caso ocorrido com o médico Dr. Félix Mallo, que
tratara de uma jovem senhora, a quem recomendara passar algum tempo no interior
do país. Seis meses passados, alguém bate à porta de seu consultório. Era a sua
cliente que vinha para dizer: “Senhor Mallo, venho dizer-vos que morri”. (P.
211)
119.
O fato de aparição mais notável é, porém, o ocorrido com o Sr. Robert Bruce,
noticiado pelo Oxford Chronicle de 1º/6/1861
e referido pelo Sr. Robert Dale Owen, que atestou sua veracidade antes de
narrá-lo em livro. (P. 214)
120.
A Revista transcreve mensagem de Jules P..., que prova que os laços terrenos,
quando sinceros, não se rompem na morte. (P. 215)
121.
Kardec publica carta recebida do presidente da Sociedade Espírita do México, em
que este faz curta exposição do histórico do Espiritismo naquele país. (PP. 218
e 219)
122.
No mesmo dia, chegou a Paris carta do Sr. Repos, advogado em Constantinopla,
informando que ali já se podia contar com um grande número de médiuns
escreventes. Soerguimento de mesas, batidas, transporte de objetos, desenhos,
composições musicais – eis os fenômenos até então registrados pelos espíritas
da referida metrópole. (P. 220)
123.
A Revista transcreve notícia publicada no Herald
of Progress, de Nova York, jornal dirigido por Andrew Jackson Davis,
considerado um dos pioneiros do Espiritismo. (P. 221)
124.
Comentando os desenhos mediúnicos descritos no citado jornal, Kardec diz que os
médiuns americanos têm uma especialidade para a produção de fenômenos
extraordinários, de que estão longe os médiuns europeus. (P. 224)
125.
Inquiridos por Kardec, os Espíritos explicaram: “A cada um o seu papel. O vosso
não é o mesmo; e Deus não vos deu a menor parte na obra da regeneração”. (P.
224)
126.
Informando que do outro lado do Atlântico se dizia que os europeus estavam
muito atrasados em Espiritismo, Kardec dá o troco, criticando o instinto
mercantil que tomou conta da prática da mediunidade na América do Norte. Para
provar, transcreve inúmeros anúncios publicados em jornais americanos. (PP. 224
e 225)
127.
O tráfico do Espiritualismo estendeu-se até aos objetos comuns – como os
“fósforos espirituais”, sem fricção e sem cheiro, divulgados no Spiritual Telegraph, de Nova York. (P.
226)
128.
Em 1859, segundo o Spiritual Register,
havia 1.284.000 espiritualistas nos Estados Unidos. O número total no mundo,
segundo o jornal, era avaliado em 1.900.000. Havia na mesma época, consagrados
à causa, 1.000 oradores espiritualistas, 40.000 médiuns públicos e privados,
500 livros, 6 jornais semanais, 4 mensais e 3 quinzenais. (P. 226)
129.
Reportando-se aos falsos médiuns, Kardec diz que o pior são as armas que eles
fornecem aos incrédulos e o descrédito que lançam no espírito dos indecisos.
Kardec lamenta ainda a ação dos chamados médiuns mercenários. (P. 227)
Respostas às
questões propostas
A. As aparições de
Espíritos são reais?
Sim.
Os fatos provam que existem verdadeiras aparições, explicadas perfeitamente
pela ciência espírita e só negadas pelos que nada admitem além do mundo
visível. O fenômeno da aparição pode dar-se de duas maneiras: ou é o Espírito
que vai encontrar a pessoa que o vê; ou é o Espírito desta que se transporta e
vai encontrar a outra. O mais interessante desses casos é o que se deu com o
médico Dr. Félix Mallo, que tratara de uma jovem senhora, a quem recomendara
passar algum tempo no interior do país. Seis meses depois, alguém bateu à porta
de seu consultório. Era a sua cliente que vinha para dizer: “Senhor Mallo,
venho dizer-vos que morri”. (Revista
Espírita de 1861, pp. 207 e 211.)
B. Que crítica
Kardec fazia aos espíritas da América?
Inquiridos
por Kardec com respeito à facilidade dos médiuns americanos em obter fenômenos
extraordinários que não ocorriam na Europa, os Espíritos explicaram: “A cada um
o seu papel. O vosso não é o mesmo; e Deus não vos deu a menor parte na obra da
regeneração”. O Codificador criticava, contudo, o instinto mercantil que tomara
conta da prática da mediunidade na América do Norte e, para o provar,
transcreveu inúmeros anúncios publicados em jornais americanos, nos quais se
verifica que o tráfico do Espiritualismo estendeu-se ali até aos objetos comuns
– como os “fósforos espirituais”, sem fricção e sem cheiro, divulgados no Spiritual Telegraph, de Nova York. (Obra
citada, pp. 224 a 226.)
C. Que prejuízos
para o Espiritismo advêm dos falsos médiuns?
Sobre
esse assunto, Kardec disse que o pior são as armas que eles fornecem aos
incrédulos e o descrédito que lançam no espírito dos indecisos. E lamentou
também a ação dos chamados médiuns mercenários. (Obra citada, p. 227.)
Observação:
Para acessar a Parte 6 parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/10/blog-post_05.html
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