quarta-feira, 12 de outubro de 2022

 



Revista Espírita de 1861

 

Allan Kardec

 

Parte 7

 

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1861, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1861 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que será sempre apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. As aparições de Espíritos são reais?

B. Que crítica Kardec fazia aos espíritas da América?

C. Que prejuízos para o Espiritismo advêm dos falsos médiuns?

 

Texto para leitura

 

111. Falando da separação da alma após a morte, Ferdinand diz que, quando se é ignorante, e sobretudo quando muito culpado, um véu espesso oculta do Espírito as belezas da morada onde vivem os bons Espíritos, e ele se encontra só ou na companhia de Espíritos malvados e inferiores, num círculo que não lhe permite ver onde está. (P. 205)

112. Kardec afirma que os fatos provam que existem verdadeiras aparições, explicadas perfeitamente pela ciência espírita e só negadas pelos que nada admitem além do mundo visível. (P. 207)

113. Há casos, porém, em que as imagens podem ser um efeito das impressões deixadas pela vista de certos objetos no cérebro, que lhes conserva os traços, como conserva os sons. A alma, desprendida do corpo, vê no próprio cérebro essas impressões, que nele ficaram como uma chapa fotográfica. Eis a causa provável das alucinações. (P. 208)

114. A ideia fixa – afirma Kardec – é a lembrança exclusiva de uma impressão. A alucinação é a visão retrospectiva, pela alma, de uma imagem impressa no cérebro. (P. 209)

115. Nas aparições há, como em todo fenômeno espírita, o caráter inteligente, que é a melhor prova de sua realidade. Toda aparição que não dá qualquer sinal inteligente pode ser posta no rol das ilusões. (P. 210)

116. É sobretudo na Medicina que o elemento espiritual representa um papel importante. Quando os médicos o levarem em consideração, enganar-se-ão menos do que agora. (P. 211)

117. O fenômeno da aparição pode dar-se de duas maneiras: ou é o Espírito que vai encontrar a pessoa que o vê; ou é o Espírito desta que se transporta e vai encontrar a outra. Kardec cita a respeito três casos. (P. 211)

118. O mais interessante deles é o caso ocorrido com o médico Dr. Félix Mallo, que tratara de uma jovem senhora, a quem recomendara passar algum tempo no interior do país. Seis meses passados, alguém bate à porta de seu consultório. Era a sua cliente que vinha para dizer: “Senhor Mallo, venho dizer-vos que morri”. (P. 211)

119. O fato de aparição mais notável é, porém, o ocorrido com o Sr. Robert Bruce, noticiado pelo Oxford Chronicle de 1º/6/1861 e referido pelo Sr. Robert Dale Owen, que atestou sua veracidade antes de narrá-lo em livro. (P. 214)

120. A Revista transcreve mensagem de Jules P..., que prova que os laços terrenos, quando sinceros, não se rompem na morte. (P. 215)

121. Kardec publica carta recebida do presidente da Sociedade Espírita do México, em que este faz curta exposição do histórico do Espiritismo naquele país. (PP. 218 e 219)

122. No mesmo dia, chegou a Paris carta do Sr. Repos, advogado em Constantinopla, informando que ali já se podia contar com um grande número de médiuns escreventes. Soerguimento de mesas, batidas, transporte de objetos, desenhos, composições musicais – eis os fenômenos até então registrados pelos espíritas da referida metrópole. (P. 220)

123. A Revista transcreve notícia publicada no Herald of Progress, de Nova York, jornal dirigido por Andrew Jackson Davis, considerado um dos pioneiros do Espiritismo. (P. 221)

124. Comentando os desenhos mediúnicos descritos no citado jornal, Kardec diz que os médiuns americanos têm uma especialidade para a produção de fenômenos extraordinários, de que estão longe os médiuns europeus. (P. 224)

125. Inquiridos por Kardec, os Espíritos explicaram: “A cada um o seu papel. O vosso não é o mesmo; e Deus não vos deu a menor parte na obra da regeneração”. (P. 224)

126. Informando que do outro lado do Atlântico se dizia que os europeus estavam muito atrasados em Espiritismo, Kardec dá o troco, criticando o instinto mercantil que tomou conta da prática da mediunidade na América do Norte. Para provar, transcreve inúmeros anúncios publicados em jornais americanos. (PP. 224 e 225)

127. O tráfico do Espiritualismo estendeu-se até aos objetos comuns – como os “fósforos espirituais”, sem fricção e sem cheiro, divulgados no Spiritual Telegraph, de Nova York. (P. 226)

128. Em 1859, segundo o Spiritual Register, havia 1.284.000 espiritualistas nos Estados Unidos. O número total no mundo, segundo o jornal, era avaliado em 1.900.000. Havia na mesma época, consagrados à causa, 1.000 oradores espiritualistas, 40.000 médiuns públicos e privados, 500 livros, 6 jornais semanais, 4 mensais e 3 quinzenais. (P. 226)

129. Reportando-se aos falsos médiuns, Kardec diz que o pior são as armas que eles fornecem aos incrédulos e o descrédito que lançam no espírito dos indecisos. Kardec lamenta ainda a ação dos chamados médiuns mercenários. (P. 227)

 

Respostas às questões propostas

 

A. As aparições de Espíritos são reais?

Sim. Os fatos provam que existem verdadeiras aparições, explicadas perfeitamente pela ciência espírita e só negadas pelos que nada admitem além do mundo visível. O fenômeno da aparição pode dar-se de duas maneiras: ou é o Espírito que vai encontrar a pessoa que o vê; ou é o Espírito desta que se transporta e vai encontrar a outra. O mais interessante desses casos é o que se deu com o médico Dr. Félix Mallo, que tratara de uma jovem senhora, a quem recomendara passar algum tempo no interior do país. Seis meses depois, alguém bateu à porta de seu consultório. Era a sua cliente que vinha para dizer: “Senhor Mallo, venho dizer-vos que morri”. (Revista Espírita de 1861, pp. 207 e 211.) 

B. Que crítica Kardec fazia aos espíritas da América?

Inquiridos por Kardec com respeito à facilidade dos médiuns americanos em obter fenômenos extraordinários que não ocorriam na Europa, os Espíritos explicaram: “A cada um o seu papel. O vosso não é o mesmo; e Deus não vos deu a menor parte na obra da regeneração”. O Codificador criticava, contudo, o instinto mercantil que tomara conta da prática da mediunidade na América do Norte e, para o provar, transcreveu inúmeros anúncios publicados em jornais americanos, nos quais se verifica que o tráfico do Espiritualismo estendeu-se ali até aos objetos comuns – como os “fósforos espirituais”, sem fricção e sem cheiro, divulgados no Spiritual Telegraph, de Nova York. (Obra citada, pp. 224 a 226.)

C. Que prejuízos para o Espiritismo advêm dos falsos médiuns?

Sobre esse assunto, Kardec disse que o pior são as armas que eles fornecem aos incrédulos e o descrédito que lançam no espírito dos indecisos. E lamentou também a ação dos chamados médiuns mercenários. (Obra citada, p. 227.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 6 parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/10/blog-post_05.html

 

 

 

 

 

 

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