Sexo e Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 15
Damos sequência neste espaço ao estudo metódico e
sequencial do livro Sexo e Obsessão,
obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P.
Franco e publicada originalmente em 2002.
Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
99. Concluídas as
recomendações feitas por Marie-Eléonore, que resultados daí resultaram?
Quando
Maria-Eléonore silenciou, aqueles que haviam ouvido as recomendações especiais
e que foram convocados ao recomeço apresentavam diferentes emoções, que se lhes
estampavam nos rostos emocionados. Relutante e enfraquecido, o antigo marquês
transformara-se, tornando-se, repentinamente, fragilizado e temeroso. Todos os
conflitos que lhe dormiam no íntimo vieram-lhe à face e apresentavam-se em
forma de pavor e angústia, evocando, sem dúvida, as atrocidades cometidas em ambas
as esferas da Vida, que deveria então começar a enfrentar sem disfarces nem
cinismo. (Sexo e Obsessão, capítulo 17: Libertação e felicidade.)
100. De acordo com
os ensinos espíritas, ninguém foge de si mesmo. Por quê?
A explicação foi
dada pelo mentor Anacleto. Estamos sempre diante da própria consciência, que
registra todos os pensamentos e ações de que somos objeto, responsável pelas
nossas construções morais e espirituais. Durante muito tempo ela pode
permanecer adormecida e seus conteúdos bloqueados pela conduta extravagante ou
pela inspiração perturbadora que desvia os indivíduos da trajetória que devem
seguir. No entanto, basta um toque de amor, e todo um mecanismo semelhante às
sinapses neuroniais desencadeia sucessivas reações que trazem à tona tudo
quanto se encontra aparentemente morto ou desconhecido. Esses impulsos liberam
fixações e atitudes transatas, que ora volvem a exigir conduta reparadora,
quando são negativos, ou estímulos novos para a ampliação do quadro de valores,
quando positivos. É por isso que se diz que ninguém foge de si mesmo. “Deus
habita a consciência do ser humano e Suas Leis aí estão exaradas com todas as
exigências de que se fazem portadoras”, acrescentou o Instrutor espiritual. (Obra
citada, capítulo 18: Os labores prosseguem.)
101. Por que nos faz
mal o ódio que nasce do ressentimento e da necessidade de vingança?
Em sua fala ao
Espírito ainda atormentado de Rosa Keller, madre Clara de Jesus explicou que o
ódio nascido em tais condições, herança vigorosa do barbarismo que ainda
predomina na natureza humana, nutre-se dos seus próprios fluidos e termina por
consumir aquele que o vitaliza. Quando, porém, recebe os impulsos da compaixão,
diluem-se as teceduras de que se constitui, alterando a vibração morbígena e
cedendo, por fim, espaço à comiseração, à ternura, à fraternidade. É por isso
que é muito bom o perdão, tanto para quem é perdoado quanto para quem perdoa. (Obra
citada, capítulo 18: Os labores prosseguem.)
102. É certo afirmar
que a morte não libera os indivíduos envolvidos nos vícios e nas fixações
tóxicas?
Sim. É exatamente
isso que Dr. Bezerra de Menezes disse ao marquês de Sade: “Como você não
ignora, toda treva densa é apenas resultado da luz ausente que, em chegando,
altera por completo a paisagem de horror concedendo-lhe beleza e claridade. O
ontem são as sombras pesadas da embriaguez dos sentidos e da loucura que
trazias desde priscas eras, que estouraram em violência vulcânica naqueles
dias, gerando maior soma de sofrimentos para o futuro. Em decorrência dos
vícios e das fixações tóxicas, a morte não libera aqueles que se devotam às
baixas vibrações, antes os encaminha para regiões equivalentes onde dão curso
aos seus apetites insaciáveis e mórbidos”. (Obra citada, capítulo 18: Os
labores prosseguem.)
103. Em que condições o marquês de Sade
deveria reencarnar?
Segundo Dr. Bezerra Menezes, o
marquês chegaria à nova existência corpórea com as vestes carnais assinaladas
pelos distúrbios longamente vivenciados. A idiotia, a paralisia, a deformidade
da face seriam os recursos prodigalizados pela Misericórdia Divina para o
ocultarem dos inimigos que o não deixariam viver no corpo. É que, assim
disfarçado, a providência dificultaria que seus cobradores o alcançassem para
vingar-se. (Obra citada, capítulo 18: Os labores prosseguem.)
104. Em casos como
o do marquês de Sade a mudança de conduta mental é realmente mais difícil?
Sim. Os longos anos de perversa distância
dos valores éticos, da dignidade humana, do respeito pela vida e por todos os
seus elementos constitutivos fizeram dele um odiento e singular espécime, que
somente vivia em função das baixas sensações a que se entregara desde há muito.
Não era, portanto, fácil a mudança de conduta mental e de aceitação emocional.
Seria necessário muito tempo para que a conjuntura mental se alterasse e uma
visão nova se lhe assenhoreasse da mente e da emoção. (Obra citada, capítulo
18: Os labores prosseguem.)
105. Quais seriam
as ferramentas a utilizar no processo de regeneração de Madame X, então
reencarnada como padre Mauro?
Foi-lhe dito que estavam sendo
tomadas providências, a fim de que pudesse Madame X superar o desgaste e os
transtornos psicológicos disso decorrentes, em clínica especializada, que o
senhor Bispo contrataria, após o que, transferido de cidade para uma região
carente e menos populosa, pudesse padre Mauro (Madame X) recomeçar a existência
e transformar-se em benfeitor da comunidade. Seus exemplos constituiriam uma
bênção para os pobres e desafortunados, que veriam, então, no seu testemunho de
jovem voltado para o Bem, uma emulação para a vivência da caridade e do amor,
seguindo Jesus na sua condição de modelo e guia da Humanidade. (Obra citada,
capítulo 18: Os labores prosseguem.)
Observação:
Para acessar a parte 14 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/02/blog-post_20.html
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