CINCO-MARIAS
Primeiros anos e hábitos alimentares
EUGÊNIA PICKINA
eugeniapickina@gmail.com
A
curiosidade é um impulso para aprender. Maria Montessori
Já sabemos: você
oferece abobrinha refogada ao seu filho pequeno e ele recusa; oferece no dia
seguinte o mesmo alimento assado e ele novamente recusa. Deixe então para
oferecer de novo nos próximos dias variando o preparo: formato de purê, na
sopa… A tendência é a criança se acostumar com o gosto e pouco a pouco aceitar
o alimento…
Ponto fundamental
para enriquecer o paladar da criança? Dar o exemplo. A partir dos 10 meses, a
criança já tem uma percepção mais definida do ambiente que a cerca. Ela percebe
a estrutura do alimento e observa as pessoas comendo ao seu redor. É por isso
que fazer as refeições com a família sentada à mesa e comendo juntos a mesma
comida é um incentivo para a criança comer bem e com prazer.
Para a criança desde
cedo aprender a mastigar de modo adequado e prestar atenção ao sabor do
alimento? Nada de TV e outras telas durante as refeições, por favor! Criança
que se habitua a comer entretida com telas na verdade está apenas engolindo a
comida, sem, no entanto, aprender a comer…
Notinhas
Os especialistas
da American Society for Nutrition recomendam que as crianças
provem o mesmo alimento pelo menos entre 8 e 12 vezes antes de dizerem que não
gostam. No entanto, a maioria dos pais desiste lá pela terceira ou quarta
tentativa. É claro que insistir para que seu filho pelo menos sinta o gosto da
comida – não precisa engolir se não gostar! – não é uma tarefa das mais fáceis:
tem choro, reclamações... Mas, é preciso resistir, pois nascemos com o paladar
apurado para o doce. Já para os demais sabores (azedo, amargo e salgado), é
preciso aprender a acostumá-lo…
Ter a criança uma
dieta equilibrada implica o consumo de frutas, verduras e legumes, pois esses
alimentos fornecem vitaminas e sais minerais importantes, possuem boa
quantidade de fibras que regulam o intestino e colaboram para a prevenção de
doenças antes exclusivas de adultos, como diabetes tipo 2, pressão alta e
obesidade.
No dia a dia, evite:
I. substituir a refeição (trocar a papinha do bebê por mamadeira, por exemplo);
II. oferecer à criança alimentos industrializados: papinha de prateleira de
supermercado; bolachas etc.; III. não assumir a refeição como um momento
familiar.
*
Eugênia
Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia
Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros
infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência
ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).
Especialista
em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra
cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de
São Paulo e no Paraná, onde vive.
Seu
contato no Instagram é @eugeniapickina
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