ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
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O episódio comemorado na Páscoa é, sobretudo,
uma prova inequívoca da imortalidade da alma,
e não um simples caso de ressurreição.
A Páscoa,
como se sabe, é comemorada por judeus e por cristãos, embora por motivações
diferentes. No caso dos descendentes de Israel, ela assinala a partida dos
hebreus para a libertação do jugo egípcio. Constitui uma das mais importantes
festas do calendário judaico, que é celebrada por oito dias.
Em nossa
língua, como em muitas outras línguas, a palavra Páscoa origina-se do hebraico
Pessach. Os espanhóis chamam-na de Pascua, os italianos de Pasqua e os
franceses de Pâques.
A Páscoa festejada pelos cristãos recorda-nos a ressurreição de Jesus, conforme fora anunciado nas Escrituras, que se deu no terceiro dia a partir dos lamentáveis acontecimentos patrocinados pelo Sinédrio, com o apoio de Herodes e Pilatos.
Entra ano,
passa ano, as peripécias do Gólgota são revividas no cinema, no teatro e nos
ritos religiosos patrocinados pela Igreja, por ocasião da chamada Sexta-Feira
Santa. Para muitos é ainda difícil acostumar-se às cenas de violência que
marcaram o episódio. O domingo de Páscoa, porém, nos relembra sempre que o
Mestre não pereceu na cruz e, ao contrário, sobrevive e viverá por todos os séculos
porvindouros, visto que a alma é imortal.
O episódio
comemorado na Páscoa dos cristãos é, sobretudo, uma prova inequívoca da
imortalidade da alma, um dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita.
Maria,
quando viu Jesus, não o reconheceu
Não
devemos, por isso, ver nesse fato um simples caso de ressurreição de alguém que
morrera, mas sim um caso de aparição de uma entidade desencarnada, que se
manifestou de modo perceptível aos olhos de Maria e dos apóstolos com o seu
corpo espiritual, assunto que Paulo de Tarso tratou em sua 1ª Epístola aos
Coríntios (15:44), quando disse: “Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo
espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual”.
A prova
evidente de que Jesus não ressuscitou com seu corpo material é o fato de Maria
não tê-lo reconhecido, pois ele não trazia as marcas dos ferimentos e dos
suplícios a que o submeteram.
Aquela
semana tinha sido dolorosa para os discípulos e os familiares do Cristo. Seus
seguidores acompanharam-no nos momentos de dor, sem nada poderem fazer em sua
defesa. A aparição ocorrida a Maria de Magdala, no domingo de manhã, acrescida
da promessa feita por Jesus de se juntar aos discípulos na Galileia,
constituiu, pois, um bálsamo que consolou a todos e representou a garantia de
que o Cristianismo poderia contar, para sempre, com a proteção do Senhor e de
seu Filho amado.
A Páscoa
judaica era uma festa nacional que fazia afluir a Jerusalém caravanas
inumeráveis de peregrinos, procedentes de todos os pontos da Palestina e dos
países vizinhos. Quando as caravanas passavam pelos lugares assinalados nos
roteiros de viagem, muitos iam-se-lhes agregando, uma vez admitidos pelos guias
dos caravaneiros.
A Páscoa
judaica era uma festa, dia e noite
Descrever
o que acontecia em Jerusalém durante a Páscoa constitui tarefa difícil.
Multidões de peregrinos invadiam a cidade. Muitos acomodavam-se em casas de
parentes; outros se acampavam nos lugares indicados pelas autoridades
eclesiásticas, e grandes levas de viajantes ficavam sem abrigo, ajeitando-se à
sombra das árvores, dos muros e dos edifícios públicos. A Páscoa era, como se
vê, uma festa, dia e noite.
Quando iam
a Jerusalém, os pais de Jesus hospedavam-se em casa de Lia, parenta de Maria,
onde ficavam também outros familiares e conhecidos. Foi, aliás, numa dessas
ocasiões que Jesus, aos 12 anos de idade, teve a primeira oportunidade de
discutir com os doutores da Lei, no Templo de Salomão. Ocorreu, então, um
episódio curioso: Jesus ficou tão absorvido com a tarefa, que a caravana de
seus pais retornou e apenas no primeiro pouso, em Beeroth, a 15 quilômetros de
Jerusalém, deram por sua falta. Seus pais voltaram, então, à capital judaica
para procurá-lo, mas somente ao fim de três dias o encontraram em um dos pátios
do Templo, a discutir com os doutores.
A Páscoa
de sua ressurreição, transcorrida em situação muito amarga para todos, teria um
desfecho semelhante: somente ao cabo de três dias é que todos puderam
descobri-lo e entender que ali se encontrava o Cordeiro de Deus, o Messias
prometido, o Mestre amado, que se revelaria o farol do mundo e que hoje todos
nós reverenciamos.
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Boa tarde nobre colunista Astolfo. Irretocável texto com grandes histórias e fatos da pascoa dos Hebreus e de Jesus. Curioso é que uma lembra Moisés, a primeira revelação, a outra lembra Jesus, a segunda revelação. São as coisas maravilhosas de Deus. Parabéns. Gratidão por seu coração generoso e por sua preciosa vida e amizade. Muita Paz! Valderêdo Borba
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