domingo, 23 de abril de 2023

 



O Livro dos Espíritos: 166 anos iluminando os nossos caminhos

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

 O dia 18 de abril de 2023 assinalou mais um aniversário d´O Livro dos Espíritos, a primeira e mais importante obra de Allan Kardec, o codificador da Doutrina Espírita, cujo advento, como tudo na obra de Deus, ocorreu no momento e no lugar certos.

Diz-nos Ernesto Bozzano, em seu livro A Crise da Morte, que as manifestações mediúnicas que deram origem à Nova Revelação se produziram numa época em que estavam maduros os tempos, para serem compreendidas, apreciadas e assimiladas. Se se houvessem produzido um século antes, teriam passado despercebidas e infecundas. “Cumpre, pois, se reconheça que a Nova Ciência da Alma nasceu na hora precisa, no seio dos povos civilizados.” (Obra citada, p. 92.)

É assim, com justa satisfação, que os espiritistas do mundo todo comemoram a data de 18 de abril de 1857, que evocamos neste momento para assinalarmos as inúmeras contribuições que a doutrina ensinada pelos Espíritos trouxe à Humanidade terrena.

Na visão de Léon Denis, os princípios que decorrem da Nova Revelação - princípios ensinados pelos Espíritos desencarnados - são os seguintes:

·   Existência de Deus.

·   Imortalidade da alma.

·   Comunicação entre os vivos e os mortos.

·   Progresso infinito.

Segundo esses princípios – observa Léon Denis – a alma edifica por si mesma seu futuro. Conforme seu estado moral, os fluidos grosseiros ou sutis que compõem seu perispírito, e que ela atrai a si por seus hábitos e tendências, a arrastam para as esferas inferiores, para os mundos de dor onde ela sofre, expia, resgata seu passado, ou então a levam para regiões ou planetas felizes onde a matéria tem menos império, onde reina a harmonia, a bem-aventurança. (O porquê da vida, pp. 47 a 49.)

Acrescentaremos, no entanto, aos princípios citados por Denis dois outros de fundamental importância para que se entendam o mistério da vida e a razão de nossa presença no mundo, com todas as perturbações e desequilíbrios que o globo nos apresenta.

O primeiro, tratado na questão 132 d´O Livro dos Espíritos, diz respeito à finalidade da encarnação.

Por que é que os Espíritos – seres espirituais e morais por excelência – têm de passar pela experiência na carne?

“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição”, eis o que ensinaram os imortais na referida questão, aditando em seguida: “Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação”. “É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”

O outro princípio, que decorre deste último, é o da reencarnação, objeto da questão 166 do livro que completou nesta semana 166 anos.

Submetendo-se à prova de uma nova existência, o Espírito tem a possibilidade de crescer, de evoluir, de depurar-se, porquanto a reencarnação é a oportunidade que temos de fazer melhor o que no passado fizemos com imperfeição e corrigir os erros cometidos. A meta é e será sempre a perfeição, objetivo acessível a todos os Espíritos, tal como Jesus nos havia descortinado em três conhecidas passagens do Evangelho:

· “Vós sois deuses”, isto é, seres perfectíveis, criaturas fadadas à perfeição, frase que o Cristo não disse mas implicitamente confirmou em conhecida passagem.

· “Tudo que eu faço podereis fazer também e muito mais”, ou seja, o que diferencia um ser elevadíssimo como Jesus e a criatura mais abjeta é a diferença de grau evolutivo, que poderá ser superada pelas reencarnações sucessivas.

·  “Das ovelhas que meu Pai me confiou nenhuma se perderá”, o que implica reconhecer que Jesus e seus prepostos tudo fazem e farão para que a criatura humana vença seus obstáculos e, por mérito próprio, alcance a meta a que está destinada.

Atribui-se erradamente ao Espiritismo o princípio conhecido entre nós como lei de causa e efeito ou de ação e reação.

Embora reafirmado pela Doutrina Espírita, devemos fazer justiça aos profetas da antiguidade e ao mestre de Nazaré, porque tanto Jeremias como Jesus nos advertiram em mais de uma ocasião que aquele que matar com a espada perecerá vítima da espada, que a cada um será sempre dado de acordo com seu merecimento e que, por fim, se a semeadura é livre, a colheita é compulsória.

 

 

 

 

 



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