Alerta aos médiuns
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Na introdução d’O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
esclarece que a mediunidade é uma faculdade com características físicas e
morais (item IV). Existem médiuns — continua ele a explicar-nos — de idades
diversas e independente de sua sexualidade, bem como em “todos os graus de
desenvolvimento intelectual”. A faculdade desenvolve-se pelo exercício.
N’O Livro dos Médiuns, 2.ª parte, item 306, Kardec
esclarece-nos de que a finalidade da mediunidade é o exercício do bem. Quem a
utiliza visando aos seus interesses egoístas afasta os bons Espíritos e fica à
mercê das influências negativas dos maus espíritos.
Sintetizo, então, o que diz o Espírito Manoel Philomeno de
Miranda, na obra intitulada Mediunidade: desafios e bênçãos, psicografada
por Divaldo Pereira Franco, que enumero e destaco abaixo em itálico:
1. [...] a prática mediúnica reveste-se de seriedade e de
entrega pessoal, não dando espaço para o estrelismo, as competições doentias e
as tirânicas atitudes de agressão a quem quer que seja...
2. Devendo ser passivo, o médium, a fim de captar o pensamento que
verte das Esferas Superiores, cuida do próprio comportamento, que se deve
caracterizar pela jovialidade, pela compreensão das dificuldades alheias, pela
compaixão em favor de tudo e de todos que encontre pelo caminho.
3. As rivalidades entre médiuns, que sempre existiram e
continuam, defluem da inferioridade moral dos mesmos, porque a condição mais
relevante a ser adquirida é a de servidor incansável, convidado ao trabalho na
seara por Aquele que é o Senhor.
4. O verdadeiro médium espírita é discreto, como convém a todo
cidadão digno, evitando, quanto possível, o empenho em impor as revelações de
que se diz instrumento.
5. De igual maneira, quando o médium passa a defender-se, a
criticar os outros, a autopromover-se, a considerar-se melhor do que os demais,
encontra-se enfermo espiritualmente, a caminho de lamentável transtorno
obsessivo ou emocional.
6. A sua sensibilidade é considerada não apenas pelo fato de
receber os espíritos superiores, mas pela facilidade de comunicar-se com todos
os espíritos, conforme acentua o insigne codificador.
7. [...] a mediunidade é, em si mesma, neutra, podendo ser
encontrada em todos os tipos humanos, razão pela qual não se trata de uma
faculdade espírita, porém humana, que sempre existiu em todas as épocas da
sociedade, desde os tempos mais remotos até os atuais.
Qualidades de grande importância do bom médium são a
humildade e a simplicidade. Desse modo, ele evita tornar-se foco de aplausos e
aceita sem melindre qualquer manifestação em relação àquilo que os espíritos
lhe transmitem, ciente de que é apenas o instrumento de que eles fazem uso para
a elevação de todos, a principiar dele mesmo, e de que deve orar pelos
espíritos infelizes. O modelo a ser seguido, como diz Philomeno de Miranda, é
Jesus.
Atente, pois, o médium, às palavras de Miranda, com as quais
encerro estas linhas: “A mediunidade é instrumento que se pode transformar em
vínculo de luz entre a Terra e o Céu, ou em furna de perturbação e sofrimento
onde se homiziam os invigilantes e desalmados, em conflitos e pugnas
contínuas”. Então, que o médium jamais se esqueça da recomendação de Jesus: “Vigiai
e orai, para não cairdes em tentação...” (Mateus, 26:41).
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