sábado, 8 de abril de 2023

 



Camilo Castelo Branco e sua dolorosa surpresa no além   

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

 

Salve, alma irmã!

Hoje, o assunto é um alerta de Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, um dos maiores romancistas portugueses, mais conhecido como Camilo Castelo Branco, que nos relata sua surpresa no Além após imaginar que a morte é panaceia, nome dado, na mitologia grega, à deusa da cura; nome também conhecido como “remédio para todos os males”. Ledo engano dele, como veremos nas citações de monumental obra mediúnica de Yvonne do Amaral Pereira. Talvez a mais completa obra que trata sobre as consequências dolorosíssimas do suicídio no Além: Memórias de um Suicida.

Selecionamos, do capítulo primeiro dessa obra, intitulado O Vale dos Suicidas, alguns tópicos que nos fazem refletir sobre os horrores sofridos por esse e outros espíritos, em consequência de tentarem livrar-se de seus sofrimentos exterminando a vida do corpo físico.

Camilo suicidou-se em 1.º de junho de 1890, mas somente se vê lúcido em janeiro de 1891, sem especificar o dia. Viu-se prisioneiro no que depois descobriu chamar-se Vale dos Suicidas, região espiritual de vales profundos, abjeta e sombria.

Após dizer que o chamado Vale dos Leprosos, na antiga Jerusalém, “último grau de abjeção e de sofrimento humano” seria como um local de repouso consolador, em relação ao local em que se viu aprisionado, passa a narrar os horrores sofridos no Vale dos Suicidas: “Aqui, era a dor que nada consola, a desgraça que nenhum favor ameniza, a tragédia que ideia alguma tranquilizadora vem orvalhar de esperança! Não há céu, não há luz, não há Sol, não há perfume, não há tréguas”.

Em seguida, lembra o “choro e ranger de dentes” da advertência de Jesus Cristo, nas regiões infernais, como aquela em que estava. Ali, o que há, continua Camilo, “[...] é o desaponto, a surpresa aterradora daquele que se sente vivo a despeito de se haver arrojado na morte! É a revolta, a praga, o insulto, o ulular de corações que o percutir monstruoso da expiação transformou em feras!”

E, após dizer sobre a dor na consciência, da alma envolvida nas “trevas de si mesma”, prossegue: “É o inferno, na mais hedionda e dramática exposição, porque, além do mais, existem cenas repulsivas de animalidade, práticas abjetas dos mais sórdidos instintos, as quais eu me pejaria de revelar aos meus irmãos, os homens!”

As páginas se sucedem na narração dos horrores das torturas morais de quem deserta da vida física:

 

O além-túmulo acha-se longe de ser a abstração que na Terra se supõe, ou as regiões paradisíacas fáceis de conquistar com algumas poucas fórmulas expressivas. Ele é, antes, simplesmente, a vida real, e o que encontramos ao penetrar suas regiões é Vida! Vida intensa a se desdobrar em modalidades infinitas de expressão (loc. cit.).

 

Vou parar por aqui, pois o relato ainda vai longe. Como se sabe, Camilo Castelo Branco suicidou-se após ser acometido pela cegueira e não mais poder fazer o que tanto gostava: escrever. Escrever romances que retratam a vida amorosa da sociedade em que vivera. Sociedade que, ante a atual, cabe também a comparação que ele faz com o Vale dos Leprosos em relação ao dos suicidas.

Sugiro-lhe ler a obra mediúnica objeto de nossos comentários, alma amiga, para que tire suas conclusões. Alertas do plano espiritual, em nosso tempo, nas quais, como lemos em obras de Kardec, o suicídio no mundo atual seria pandêmico. Esses alertas são da mais alta importância, a fim de que possamos dizer a todas as almas aflitas: Pare! não prossiga! a vida segue adiante e somente vivendo em prol da felicidade alheia encontraremos a própria felicidade. Pois, como disse o Mestre Excelso da Humanidade: “Bem-aventurados os aflitos, pois estes serão consolados!” (Mateus, 5:4).

Aflitos, sim. Inconformados, revoltados e rebeldes, não, pois somente quem entendeu o sentido da abnegação, do devotamento e da caridade, recomendadas por Jesus, saberá suportar suas provas na Terra e será consolado no Além!

Paz e luz!

 

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