Revista
Espírita de 1861
Allan
Kardec
Parte
10
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1861, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo é baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A
coleção do ano de 1861 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por
Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada
parte do estudo, que será sempre apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a)
questões preliminares;
b)
texto para leitura.
As
respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões
preliminares
A.
O que é indispensável a nós, espíritas, saber?
B.
Nossas existências independem umas das outras?
C.
Como os apóstolos da terceira revelação serão reconhecidos?
Texto para leitura
168.
Depois da polêmica que envolveu os Espíritos de Buffon, Lamennais, Gérard de
Nerval, Visconde Delaunay e Bernardin de Saint-Pierre, Erasto explicou que eles
ainda conservavam os gostos e a forma literária que usavam quando encarnados.
(P. 285)
169.
Tal fato, diz Erasto, mostra que ninguém abandona instantaneamente suas
inclinações, costumes e paixões, ao despir as vestes humanas. “Na Terra, os
Espíritos são como prisioneiros que a morte deve libertar.” (P. 285)
170.
Em face disso, adverte Erasto, é preciso que todos examinemos que proveito
temos tirado de nossos estudos espíritas e que melhora moral disso resultou,
porque não basta dizer: “Sou espírita”. “O que vos é indispensável saber –
assevera Erasto – é se vossos atos são conforme às prescrições de vossa nova
fé, que é (...) Amor e Caridade.” (P. 286)
171.
A Revista examina o caso do Sr. Antonio B... que, dado como morto, acabou sendo
enterrado vivo. (P. 286)
172.
Evocado, Antonio disse que numa existência anterior ele havia emparedado sua
própria mulher, ainda viva, num carneiro, e agora sofrera a pena de Talião que
tivera de aplicar a si mesmo – olho por olho, dente por dente. (P. 287)
173.
Lamennais e Erasto, comentando o caso, confirmam que a expiação de Antonio B...
havia sido solicitada por ele mesmo. Com isso, ele poderia elevar-se a um mundo
melhor onde encontrará sua vítima, que já o havia perdoado. (P. 288)
174.
Aproveitando o ensejo, Erasto disse que todas as existências se ligam; nenhuma
é independente das outras. As preocupações, os aborrecimentos, as grandes dores
são sempre consequências de uma vida anterior. (P. 288)
175.
Jobard diz, em carta a Kardec, que em Metz ele encontrou, em vez de pobres
operários como em Lião, condes, barões, coronéis, engenheiros, militares,
antigos alunos da Politécnica e sábios interessados em Espiritismo. (P. 292)
176.
Kardec diz que Jobard não quis, com tais observações, menosprezar os operários
de Lião: seu objetivo foi unicamente constatar que o Espiritismo contava com
adeptos em todas as camadas sociais. (P. 294)
177.
Carta enviada pelo Sr. A. Sabò, de Bordéus, informa que os espíritas daquela
cidade desejavam criar uma sociedade dependente da de Paris: além da Sociedade
principal, em diversos pontos da cidade haveria grupos de 10 a 12 pessoas,
onde, de vez em quando, compareceriam membros da Sociedade, para dar os
conselhos necessários. (P. 295)
178.
A Revista transcreve mensagem obtida em Mulhouse, de um ex-israelita, que afirma
que o Espiritismo é a lei de Moisés aplicada à época atual. A religião
israelita, diz o Espírito, foi a primeira que emitiu aos olhos dos homens a ideia
de um Deus espiritual. (PP. 296 a 300)
179.
Afirmando que o Cristianismo foi o resultado da segunda revelação, o mesmo
Espírito assevera: “O Espiritismo é a chegada de uma era que verá realizar-se
esta revolução nas ideias dos povos”. “Sim: o Espiritismo é a terceira
revelação. Revela-se a uma geração de homens mais adiantados, de mais nobres
aspirações, generosas e humanitárias, que devem concorrer para a fraternidade
universal.” (PP. 303 e 304)
180.
Referindo-se aos novos apóstolos, o Espírito diz como reconhecê-los:
“Reconhecê-los-eis pelas obras, e não pelas qualidades que se atribuam. Os que
recebem missões do Alto as cumprem, mas não se glorificam; porque Deus escolhe
os humildes para divulgar sua palavra e não os ambiciosos e orgulhosos”. (P.
304)
181.
Aproveitando o recesso da Sociedade Espírita de Paris, Kardec visitou os
espíritas de Lião, Sens e Mâcon. Em Lião, disse Kardec, “não é mais por
centenas que ali se contam os espíritas, mas por milhares”. (P. 305)
182.
No ano anterior, havia em Lião um único centro, o de Brotteaux, dirigido pelo
Sr. Dijou e sua mulher; agora já existiam diversos centros, em diferentes
pontos da cidade, sem contar um grande número de grupos particulares. (P. 306)
183.
Kardec diz que do banquete que lhe foi oferecido a 19/9/1861 participaram 160
pessoas, representando os diversos grupos espíritas (no ano anterior havia 30
convivas apenas). (P. 309)
184.
Vários discursos foram então pronunciados. A Revista transcreveu os do Sr.
Dijou, do Sr. Courtet, do prof. Bouillant, além do discurso feito por Kardec e
da epístola dirigida por Erasto aos espíritas lioneses. (PP. 309 a 324)
185.
Kardec, abrindo o seu discurso, destacou o prazer que sentia de estar ali
juntamente com todos eles, e não o de estar à mesa, visto que um festim de
espíritas seria uma contradição. (PP. 312 e 313)
186.
Felicitando os lioneses pelos progressos que o Espiritismo havia feito na
cidade, Kardec afirmou que esse progresso se fazia em toda parte e em todos os
países, numa proporção que ultrapassara todas as esperanças. (P. 314)
Respostas às
questões propostas
A. O que é indispensável
a nós, espíritas, saber?
Depois
de dizer que ninguém abandona instantaneamente suas inclinações, costumes e
paixões, ao despir as vestes humanas, Erasto recomenda que examinemos que
proveito temos tirado de nossos estudos espíritas e que melhora moral disso
resultou, porque não basta dizer: “Sou espírita”. “O que vos é indispensável
saber – disse Erasto – é se vossos atos são conforme às prescrições de vossa
nova fé, que é (...) Amor e Caridade.” (Revista
Espírita de 1861, pp. 285 e 286.)
B. Nossas existências
independem umas das outras?
Não.
Segundo Erasto, todas as existências se ligam; nenhuma é independente das
outras. As preocupações, os aborrecimentos, as grandes dores são sempre consequências
de uma vida anterior. Ele referia-se, então, ao caso de um homem que numa
existência anterior havia emparedado sua própria mulher, ainda viva, num
carneiro, e agora sofrera a pena de Talião que tivera de aplicar a si mesmo.
Comentando o caso, Erasto e Lamennais disseram que tal expiação fora solicitada
pelo próprio Espírito. Com isso, ele poderia elevar-se a um mundo melhor onde
encontraria sua vítima, que já o havia perdoado. (Obra citada, pp. 287 e 288.)
C. Como os
apóstolos da terceira revelação serão reconhecidos?
Eis
como um instrutor espiritual se referiu a esse assunto: “Reconhecê-los-eis
pelas obras, e não pelas qualidades que se atribuam. Os que recebem missões do
Alto as cumprem, mas não se glorificam; porque Deus escolhe os humildes para
divulgar sua palavra e não os ambiciosos e orgulhosos”. (Obra citada, pp. 303 e
304.)
Observação:
Para acessar a Parte 9 parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/10/blog-post_26.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário