terça-feira, 16 de maio de 2023

 



Importa o que pode ser

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

 

Só se pode ver a estrada adiante caso esteja virado para a frente, pois todo o caminho percorrido até aqui serviu muito como aprendizado do que foi bom ou não e, mesmo que se quisesse, o passado não se muda e o futuro é o projeto do presente. Há tudo no agora. Há milhares de sonhos que desejam virar realidade, há pessoas a serem (re)encontradas, há um espetáculo lindo a cada amanhecer. Há lugares a serem vistos pela primeira vez e outros a serem revisitados. Há atitudes bondosas a compartilhar, há amor, alegria e conquistas, há mais esta existência a conhecer, a desvendar. Há um luar e um raio solar, há as maravilhas contáveis e as incontáveis. Há a vida. Mas tudo isso só será possível se se deixar o julgamento de tudo o que já houve e estar esperançoso a tudo o que pode ser.

Se dois corpos não podem habitar o mesmo lugar, se, então, houver a frustração ou o arrependimento não haverá espaço para a esperança ou o otimismo ou a realização. Na vida, há que se escolher um caminho ou outro, há que se escolher em ser livre e poder seguir ou estar preso em ocorrências passadas e não aceitas ainda. Não se muda a palavra dita, não se altera nada do que aconteceu, mas pode-se modificar toda maneira de sentir a partir da compreensão do que se experienciou e, assim, aceitar o aprendizado.

Há inumeráveis situações presenciadas que pensamos que poderiam ser melhores, diferentes, porém nós as vemos apenas por um ângulo e tempo. Uma ocasião atual é, por enquanto, o resultado de milhares ocasiões anteriores. O tempo liga a vida a todas as suas consciências. E um fato devemos compreender quanto antes: cada existência é um incomparável presente ao espírito.

Então, que o julgamento não seja mais um morador assíduo, mas um breve inquilino em nosso coração, pois não importa o que ocorreu, mas tudo o que pode ser. Essa reflexão serve perfeitamente para a autoanálise e para a análise alheia. Somos todos caminhantes no Universo, somos espíritos centelhas divinas em busca do desenvolvimento e manutenção da própria luminosidade e, consequentemente, da coletiva.

A energia que se desperdiça quando se julga é maior e mais fatigante em comparação com a energia utilizada para desejar o bem e compreender. E a bondade é tão maravilhosa que não se despende para realizá-la somente se enriquece com a sua realização.

E o horizonte à frente é mais vivo, harmonioso e feliz, pois podemos ser a nossa melhor versão sempre.

 

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