Revista Espírita de 1863
Allan Kardec
Parte 2
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1863, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo baseia-se na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A coleção do ano de
1863 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a
dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada parte do estudo,
que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a) questões
preliminares;
b) texto para
leitura.
As respostas às
questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. A prática da
caridade material sempre foi incentivada pelos protetores espirituais?
B. É perigoso
praticar a mediunidade sem preparo e objetivo sério?
C. Quais são as
causas que podem levar uma pessoa à perturbação?
Texto para leitura
12. Estando em
viagem, o Sr. Delanne (pai do notável escritor Gabriel Delanne, então uma
criança) conta que evocou em Lille sua esposa, que ficara em Paris. O diálogo
mantido por Delanne e a alma de sua mulher é descrito na Revista, acrescido da
informação de que os fatos narrados na conversa foram depois devidamente
confirmados. (PP. 20 a 23)
13. A Revista reporta-se
a uma terrível tragédia ocorrida em Dalton (EUA) em que um jovem negro foi
sumariamente julgado e levado à forca. Dizem os jornais que enquanto o corpo do
rapaz se debatia nas convulsões da morte era vítima dos insultos e violências
dos espectadores, que lhe deram vários tiros de pistola, aumentando assim a
tortura da morte. Ébria de cólera, a multidão arrastou o corpo pelas ruas de
Dalton e, depois de percorrida a vila em todos os sentidos, dirigiu-se para a
frente de uma igreja de negros, onde o cadáver foi mutilado e queimado numa
enorme fogueira. Uma mensagem recebida na Sociedade Espírita de Paris comentou
o fato e as consequências de tanta ferocidade. (PP. 23 a 25)
14. Sanson
(Espírito), lembrando a proximidade do inverno, concita os espíritas a que,
aproveitando seus instantes livres, visitem e ajudem os que passam por
privações e necessidades de ordem física ou moral. (PP. 25 e 26)
15. A lei do
progresso é tratada por um Espírito protetor, que diz que em certas épocas,
isto é, em momentos previstos, designados, surge um homem que abre uma via nova
à Humanidade. “Por vezes - diz o comunicante - tal homem é o último entre os
humildes, entre os pequenos; contudo penetra nas altas esferas do
desconhecido.” (PP. 26 e 27)
16. Na seção de Bibliografia
a Revista noticia o lançamento do livro “A Pluralidade dos Mundos Habitados”,
onde Camille Flammarion, do Observatório Imperial de Paris e membro da
Sociedade Espírita de Paris, apresenta seus estudos sobre a habitabilidade das
terras celestes discutidos do ponto de vista da Astronomia e da Filosofia. (PP.
28 a 31)
17. A Revista informa
ter aberto uma lista em favor dos operários de Rouen, a cujos sofrimentos - diz
a nota - ninguém pode ficar indiferente. Convidando o leitor a contribuir com
seu auxílio, a nota informa que vários grupos e sociedades espíritas já haviam
enviado, até aquele momento, o produto de sua arrecadação. (P. 32)
18. Novo artigo - o
terceiro - sobre os possessos de Morzine abre a edição de fevereiro e nele
Kardec refere vários casos de obsessão e os meios utilizados no tratamento
realizado, ressaltando sempre o inconveniente de nos entregarmos às evocações
sem conhecimento de causa e sem objetivo sério. (PP. 33 a 35)
19. A Revista
transcreve um dos casos, verificado com a mulher de um marinheiro radicado em
Boulogne-sur-Mer, a qual se encontrava nos últimos quinze anos sob o domínio de
uma triste subjugação. Quase todas as noites, despertada por volta de
meia-noite, a mulher era atirada fora do leito, por vezes seminua, e obrigada a
sair de casa e correr pelo campo. Após marchar por duas ou três horas, somente
ao parar ela tomava consciência de seu ato, e nem mesmo orar ela conseguia,
porquanto, ao tentar fazê-lo, suas ideias se misturavam a coisas bizarras e até
sujas. (P. 35)
20. Kardec reconhece
que em certos casos de perturbação a causa pode ser puramente material, mas há
outros em que a intervenção de uma inteligência oculta é evidente, pois que,
combatendo essa inteligência, para-se o mal, ao passo que atacando apenas a suposta
causa material nada se consegue. (P. 36)
21. Uns - lembra o
Codificador - atribuem essa ação aos demônios; o Espiritismo a atribui a
Espíritos, às vezes tão malvados quanto os supostos demônios, mas a quem o
futuro não está fechado e que se melhorarão à medida que neles se desenvolver o
senso moral, na sucessão das existências corpóreas. (P. 37)
Respostas às questões propostas
A. A prática da
caridade material sempre foi incentivada pelos protetores espirituais?
Sim, e a prova disso
é a mensagem do Espírito de Sanson, publicada na Revista, na qual, lembrando a
proximidade do inverno, ele concita os espíritas a que, aproveitando seus
instantes livres, visitem e ajudem os que passam por privações e necessidades
de ordem física ou moral. (Revista Espírita de 1863, pp. 25 e 26.)
B. É perigoso
praticar a mediunidade sem preparo e objetivo sério?
Certamente. Kardec
volta e meia lembra, na Revista, o inconveniente de nos entregarmos às
evocações sem conhecimento de causa e sem objetivo sério. (Obra citada, pp. 33
a 35.)
C. Quais são as
causas que podem levar uma pessoa à perturbação?
Em certos casos de
perturbação, diz Kardec, a causa pode ser puramente material, mas há outros em
que a intervenção de uma inteligência oculta é evidente, pois que, combatendo
essa inteligência, cessa o mal, ao passo que atacando apenas a suposta causa
material nada se consegue. Uns - lembra o Codificador - atribuem essa ação aos
demônios. O Espiritismo a atribui a Espíritos, às vezes tão malvados quanto os
supostos demônios, mas a quem o futuro não está fechado e que se melhorarão à
medida que neles se desenvolver o senso moral, na sucessão das existências
corpóreas. (Obra citada, pp. 36 e 37.)
Observação:
Para
acessar a 1ª parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/05/revista-espirita-de-1863-allan-kardec.html
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