quarta-feira, 17 de maio de 2023

 



Revista Espírita de 1863

 

Allan Kardec

 

Parte 3

 

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1863, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo baseia-se na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1863 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Que disse Kardec em resposta à acusação de que o Espiritismo leva os indivíduos à loucura?

B. Como o dr. Chavet definiu o objetivo essencial do Espiritismo?

C. Como devemos encarar os pesares da existência terrestre?

 

Texto para leitura

 

22. Morzine - esclarece Kardec - é uma comuna do Chablais, na Alta Saboia, a 8 léguas de Thonon, junto aos Alpes suíços. Sua população, de cerca de 2.500 pessoas, além da aldeia principal, compreendia várias outras espalhadas na região. Enviado em 1861 pelo governo francês, a fim de estudar a doença, o dr. Constant ali ficou três meses, concluindo que a causa das perturbações era puramente física, e se radicava na constituição dos seus habitantes. (PP. 38 a 40)

23. Uma carta vinda de Lyon, datada de 7/12/1862, refere os ataques proferidos contra o Espiritismo por um certo senhor, bispo no Texas (EUA), em sermão proferido na igreja de Saint-Nizier, perante um auditório de cerca de duas mil pessoas, entre as quais havia grande número de espíritas. Comentando esse e outros sermões noticiados pela Revista, Kardec diz que foi graças a ataques desse jaez que o número de espíritas crescera na França, porque as mentiras e a deturpação das ideias, veiculadas nos sermões, acabam sendo depois desmentidas com a leitura das obras espíritas. (PP. 40 a 46)

24. Kardec acrescenta que é preciso estar muito carente de razões para recorrer a calúnias como a apresentada por certo sacerdote que disse ser o Espiritismo favorável à desunião da família, ao adultério, ao aborto e ao comunismo. “Temos necessidade de refutar estas asserções? Não: basta remeter ao estudo da doutrina, à leitura do que ela ensina, que é o que se faz em toda a parte”, conclui o codificador do Espiritismo. (PP. 47 a 49)

25. O Presse, de 8 de janeiro de 1863, transcreve artigo assinado pelo Sr. A. Sanson em que este comenta trabalho apresentado na Sociedade de Ciências Médicas pelo Sr. Philibert Burlet, interno dos hospitais de Lyon, sobre seis casos de loucura que o autor relaciona às práticas espíritas. Kardec analisa a matéria, mostra a superficialidade do estudo e informa que o Espiritismo conta em suas fileiras com grande número de médicos ilustres, muitos deles presidentes de grupos e sociedades espíritas, que chegaram, a respeito do assunto, a conclusões contrárias à do Sr. Burlet. (PP. 50 a 53)

26. O codificador afirma que o Espiritismo, longe de dar ensejo ao aumento da loucura, é causa atenuante, porque a maneira pela qual o verdadeiro espírita encara as coisas deste mundo ajuda-o a dominar em si as mais violentas paixões e até mesmo a cólera e a vingança, bem como a aceitar resignadamente as decepções e os reveses da vida. (PP. 55 a 57)

27. A Revista publica discurso pronunciado em 12/11/1862 pelo dr. Chavet, doutor em Medicina e presidente do Círculo Espírita de Tours, no qual o orador reafirma que o fim essencial do Espiritismo é a destruição do materialismo pela prova experimental da sobrevivência da alma humana. (PP. 57 a 60)

28. Como o discurso se deu na solenidade de instalação da referida sociedade, dr. Chavet concluiu seu pronunciamento lembrando ser necessário afastar das reuniões da entidade, com o maior cuidado, toda questão ligada direta ou indiretamente à política e aos interesses materiais. “Estudo do homem em relação ao seu destino futuro, tal o nosso programa, do qual jamais nos devemos separar”, asseverou o presidente do Círculo Espírita de Tours. (P. 60)

29. Após o discurso, o Espírito de Fénelon ditou uma mensagem espontânea, em que adverte que o verdadeiro espírita não deve ter outro sentimento senão o do bem e da caridade, sem o que não pode ser assistido por Espíritos elevados. “Se alguém se apresenta dizendo-se espírita ou médium, não o recebais sem saber com quem estais lidando”, propõe Fénelon. (P. 61)

30. A Revista diz haver recebido várias cartas comprovando a boa aplicação do remédio indicado na Revista Espírita de novembro de 1862, cuja receita foi dada por um Espírito. Falando sobre a origem espiritual do remédio, Kardec refere um fato parecido ao que deu origem ao mencionado medicamento, explicando que, da mesma forma que os Espíritos podem magnetizar a água, podem também, conforme as circunstâncias, dar propriedades curativas a certas substâncias. (N.R.: Trata-se de uma pomada cuja receita foi ditada mediunicamente à srta. Ermance Dufaux. O caso é bem parecido ao da pomada Vovô Pedro, que alguns confrades combatem sem motivos relevantes.) (PP. 62 e 63)

31. F. D., antigo magistrado, lembra em mensagem transcrita pela Revista a importância de encararmos bravamente e com resignação a miséria e os pesares da existência terrestre, que constituem, na verdade, prova pedida por nós mesmos, em função de faltas cometidas em existências anteriores. Comentando a frase de Jesus, que promete a paz aos homens de boa vontade, o Espírito afirma que a boa vontade, tanto para os pobres quanto para os ricos, chama-se caridade, seja a caridade moral, seja a caridade material. Finalizando a comunicação, o Espírito assevera: “Crede e amai! amai: muito será perdoado a quem muito amou. Crede: a fé transporta montanhas”. (PP. 63 a 65)

 

Respostas às questões propostas

 

A. Que disse Kardec em resposta à acusação de que o Espiritismo leva os indivíduos à loucura?

Foi em Lyon que surgiu tal ideia, objeto de análise por parte de Kardec, que procurou mostrar a superficialidade do estudo e afirmou que o Espiritismo contava em suas fileiras com grande número de médicos ilustres, muitos deles presidentes de grupos e sociedades espíritas, os quais chegaram, a respeito do assunto, a conclusões contrárias. Segundo o codificador, longe de dar ensejo ao aumento da loucura, o Espiritismo é causa atenuante, pela maneira pela qual o verdadeiro espírita encara as coisas deste mundo. (Revista Espírita de 1863, pp. 50 a 57.)

B. Como o dr. Chavet definiu o objetivo essencial do Espiritismo?

Em discurso pronunciado em 12/11/1862, o dr. Chavet, doutor em Medicina e presidente do Círculo Espírita de Tours, afirmou que o objetivo essencial do Espiritismo é a destruição do materialismo pela prova experimental da sobrevivência da alma humana. Como o discurso se deu na solenidade de instalação da referida sociedade, dr. Chavet concluiu seu pronunciamento lembrando ser necessário afastar das reuniões da entidade, com o maior cuidado, toda questão ligada direta ou indiretamente à política e aos interesses materiais. “Estudo do homem em relação ao seu destino futuro, tal o nosso programa, do qual jamais nos devemos separar.” (Obra citada, pp. 57 a 60.)

C. Como devemos encarar os pesares da existência terrestre?

Conforme mensagem do Espírito de F. D., que fora magistrado na última encarnação, é importante  encarar bravamente e com resignação a miséria e os pesares da existência terrestre, que constituem, na verdade, prova pedida por nós mesmos, em função de faltas cometidas em existências anteriores. Em seguida, comentando a frase em que Jesus promete a paz aos homens de boa vontade, F. D. disse que a boa vontade, tanto para os pobres quanto para os ricos, chama-se caridade, seja a caridade moral, seja a caridade material. Finalizando a comunicação, o Espírito afirmou: “Crede e amai! Amai: muito será perdoado a quem muito amou. Crede: a fé transporta montanhas”. (Obra citada, pp. 63 a 65.) 

 

 

Observação:

Para acessar a 2ª parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/05/revista-espirita-de-1863-allan-kardec_01703621400.html

 

 

 



  

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