JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Alma amiga, há um
brocardo que diz: “Quando nasceste, todos sorriam, só tu choravas. Vive de tal
modo que, quando morreres, todos chorem, só tu sorrias”. Evidentemente, não
devemos esperar tanto... Há até mesmo artistas renomados que pedem aos amigos e
fãs a realização de uma festa durante as suas exéquias. Algumas religiões
admitem até que se cantem músicas, especialmente, após sete dias do enterro do
falecido, qual ocorre com algumas correntes budistas.
A morte ou despedida
de alguém querido é também homenageada em belas músicas de nossos cantores,
como Tim Maia, que gravou Gostava tanto de você, composição de Edson
Trindade. Segundo uma versão da origem da música, ela teria sido feita em
homenagem a uma filha do cantor, falecida quando jovem. Outra bela música,
também entoada como despedida de alguém muito querido, é a versão em português,
pelo compositor Fernando Brandt, da música Canção da América, escrita em
inglês por Milton Nascimento sob o título de Unencounter. Considerada popularmente como
hino da amizade, a
música foi composta em homenagem a Ricky Fataar, amigo de Milton Nascimento, e
também foi cantada nas despedidas de personalidades famosas falecidas, como
Airton Senna e Leandro, cantor de dupla famosa com seu irmão Leonardo. Epitáfio, cantada pelo grupo
Titãs, lembra-nos que a morte é o fim de todas as ilusões e que, portanto,
precisamos ocupar bem os momentos vividos com aqueles que amamos.
Outras músicas que relatam
a dor do luto e a necessidade de continuar a aproveitar bem nossa vida,
guardando com carinho a lembrança de quem partiu para o mundo invisível, são as
seguintes: Sonhando, música cantada por Bruno e Marrone, composta por
Anderson Richards em homenagem a seu pai falecido; O anjo mais velho,
música escrita por Fernando Anitelli em homenagem ao seu irmão falecido.
Com a letra de Fita amarela, escrita e cantada por Noel Rosa e regravada por Zeca Pagodinho, encerro essa mostra, que você pode ouvir em letras.mus.br, clicando em https://www.letras.mus.br/zeca-pagodinho/1375921/ :
Quando eu morrer,
Não quero choro, nem
vela, Bis
Quero uma fita
amarela
Gravada com o nome
dela.
Se existe alma,
Se há outra
encarnação,
Eu queria que a
mulata
Sapateasse no meu
caixão
Sapateia, sapateia...
Quando eu morrer,
Não quero choro, nem
vela, Bis
Quero uma fita
amarela
Gravada com o nome
dela.
Não quero flores,
Nem coroa com espinho
Só quero choro de
flauta
Com violão e
cavaquinho!
Quando eu morrer...
Quando eu morrer,
Não quero choro, nem
vela, Bis
Quero uma fita
amarela
Gravada com o nome
dela.
Sobre o tema morte, o
Espírito Emmanuel, antes de sua mensagem intitulada Autolibertação
(extraída da obra Fonte Viva, psicografada por Chico Xavier), cita este
versículo de carta de Paulo, que lemos em I Timóteo, 6:7: “Nada
trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”. Em
seguida, diz Emmanuel: “Se desejas emancipar a alma das grilhetas escuras do
‘eu’, começa o teu curso de autolibertação, aprendendo a viver como
possuindo tudo e nada tendo, com todos e sem ninguém”.
Prosseguindo, diz:
“Se chegaste à Terra na condição de um peregrino necessitado de aconchego e
socorro e sabes que te retirarás dela sozinho, resigna-te a viver contigo
mesmo, servindo a todos, em favor do teu crescimento espiritual para a
imortalidade”.
Entre outras frases,
para nossa reflexão, recomenda-nos consagrarmo-nos ao bem por amor ao próprio
bem, antes de qualquer coisa. E que ser “realmente grande” é reconhecer “nossa
pequenez ante a vida infinita”. Por isso mesmo, sugere-nos não nos impormos a
ninguém, “afugentando a simpatia” doutrem, pois nem sempre prescindiremos do
concurso alheio na execução de nossos trabalhos.
Também nos lembra que
não devemos imaginar nossa dor como sendo maior que a dor do nosso vizinho, e
que nem tudo o que nos agrada agradará àqueles que nos seguem. Entretanto,
ainda segundo esse elevado Espírito, é muito importante combatermos nossa
tendência ao melindre pessoal, pois magoar-se com “o sarcasmo ou o insulto dos
outros” é semelhante a “cultivar espinhos alheios em nossa casa”.
Antes de concluir sua
bela mensagem, Emmanuel demonstra que, mesmo afastados da companhia dos seres
amados e da sociedade humana, em geral, a cada manhã, devemos manter o
propósito de seguir para “diante, na certeza de que acertaremos as nossas
contas com quem nos emprestou a vida, e não com os homens que a malbaratam”.
Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com
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